🔎 ou veja todas as análises já realizadas

Análise dos Times

Palmeiras

Principal

Motivo: A matéria descreve uma vitória do Palmeiras, mas o foco principal não é a análise tática ou de desempenho do time, e sim a discussão sobre machismo no futebol feminino.

Viés da Menção (Score: 0.1)

Motivo: O time é apenas mencionado como adversário na partida, sem nenhum tipo de julgamento de valor.

Viés da Menção (Score: 0.0)

Motivo: O Cruzeiro é mencionado como adversário em outra competição, sem análise de viés.

Viés da Menção (Score: 0.0)

Palavras-Chave

Entidades Principais

Palmeiras Cruzeiro Taubaté Danilo Lavieri Greicy Vivi Falconi

Conteúdo Original

Em partida válida pelo Campeonato Paulista de futebol, o Palmeiras venceu o Taubaté e pulou para a segunda colocação na tabela. O time palmeirense foi totalmente reserva já que as titulares estão focadas na semifinal do Brasileirão, contra o Cruzeiro. Tudo ao mesmo tempo agora, estadual e nacional se entrelaçam no futebol feminino. Jogo aberto, vitória importante do Palmeiras, domínio absoluto mesmo com o time reserva. Destaque para a colombiana Greicy, que driblou, armou, cruzou, marcou e só faltou fazer chover. O UOL transmitiu esse jogo com narração de Vivi Falconi e comentários de Danilo Lavieri e meus. Lá pela metade do segundo tempo, escutamos uma voz masculina, vinda de algum dos bancos de reserva ou da mesa de arbitragem, berrar o seguinte azedume: "Sem palavrão!", "sem palavrão". Na transmissão, chamamos a atenção para o estranho comando que vazou no áudio. Como assim "sem palavrão"? Era o jogo patrocinado pela paróquia central? O jogo de um convento? Já existiu partida de futebol, da pelada à primeira divisão, passando pela várzea, sem palavrão? Que moralismo machista é esse? Se foi da arbitragem fora de campo ou se foi de alguma comissão técnica, o grito é uma ofensa misógina. A ideia de que mulheres não podem falar palavrão vem da mesma fonte que acredita que ser mulher é preencher certos requisitos, como ser bela, recatada e do lar. Não acho que precise dizer, mas direi mesmo assim, que essa é a base da violência praticada contra nossos corpos todos os dias. Mulheres que escapam do domínio, que se recusam a serem objetificadas e domadas, são silenciadas, abusadas, assediadas, estupradas, assassinadas. Exigir que nos comportemos de determinado modo a preencher requisitos é legitimar as violências contra nossas vidas. Mais: pedir "sem palavrão" é coisa que escutamos em jogos de crianças e temos aqui mais um problema. Parem de nos infantilizar. Não somos crianças e essa infantilização mata. Tentei apurar para saber quem foi o homem que berrou "sem palavrão!" durante a partida. Não consegui, infelizmente. De qualquer forma, espero sinceramente que nos livremos dessas ideias retrógradas, machistas e misóginas que tanto mal nos fazem. Seria importante que esses que saem por aí exigindo que mulheres não falem palavrões se concentrassem em exigir que homens parem de cometer violências para que possamos existir em paz. O palavrão é o menor dos problemas e, dependendo do lance, é até solução. Respeitem a nossa raiva porque ela não mata, não fere, não oprime - ela apenas pede por justiça e, vez ou outra, solta uns impropérios.