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A Crefisa fechou um empréstimo de R$ 80 milhões para o Vasco para ajudar na sua recuperação judicial. Na operação, a empresa ficou com 20% das ações da SAF como garantia no caso de não pagamento. Além disso, tem poder sobre a revenda da SAF até o meio de 2026. Os termos do negócio constam do processo de recuperação judicial do Vasco. Houve uma concorrência para escolher a instituição financeira que faria o empréstimo. O nome da Crefisa, que não consta no processo, foi confirmado por fonte da diretoria vascaína após o "Globo Esporte" publicar a informação. A Crefisa tem como donos o casal Leila Pereira (presidente do Palmeiras) e seu marido José Roberto Lamachia. Não houve nenhuma conversa sobre futura compra do Vasco SAF na negociação, segundo fontes do clube cruz-maltino. Leila não participou das conversas, Lamachia, sim, como confirmou o próprio Pedrinho, presidente vascaíno. No passado, Lamachia já teve diálogos com a cúpula vascaína sobre compra da SAF, o que causou incômodo no Conselho do Palmeiras. Se o Vasco não conseguir pagar o empréstimo, as ações seriam a garantia, mas 20% da SAF vascaína valem mais do que os R$ 80 milhões. Pela avaliação na venda à 777 Partners, a SAF estava avaliada em R$ 1 bilhão, isto é, 20% valeriam R$ 200 milhões. No empréstimo, era preciso dar uma garantia maior do que o valor. A intenção do Vasco com o empréstimo é ter dinheiro de fluxo de caixa para suas operações correntes. A notícia sobre o empréstimo foi dada no dia de Palmeiras x Vasco, mas a operação já vinha sendo acertada. O mútuo, no entanto, tem que ser aprovado pelos administradores judiciais do processo. As condições do empréstimo são de uma carência de 12 meses, período em que o Vasco não vai pagar. Depois disso, o Vasco tem os dois anos seguintes para quitar o valor. Os juros são de CDI + 7%. Até junho de 2026, a Crefisa tem o poder de dar aval ou não a eventual comprador da SAF. Ou seja, poderia vetar uma revenda. Ainda tem preferência sobre novos empréstimos. Neste momento, o Vasco não pensa na revenda da SAF, embora admita que isso vai ocorrer no futuro. A intenção é ajeitar as contas para tornar o clube mais atraente. No clube, percebe-se um aumento de interesse na SAF. Internamente, a cúpula do Vasco entende que a avaliação do clube pode saltar para R$ 1,5 bilhão ou R$ 2 bilhões se as contas estiverem arrumadas.