Conteúdo Original
Presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Júnior sugeriu, ao final de entrevista coletiva, segunda-feira, que o clube deixe de pagar a dívida da Neo Química Arena. No entanto, isso não é possível. "O presidente do Conselho Deliberativo do clube fala sem entender o funcionamento da dívida. No acordo entre clube e Caixa Econômica Federal, parte da receita do clube passa antes por uma conta do banco. Pagam juros e o valor principal, só depois o excedente segue para uma conta de uso corrente do clube. Logo, nem há como deixar de pagar essa dívida", explica o analista financeiro Cesar Grafietti. Tuma sugeriu dar prioridade a outras dívidas, que classificou como mais urgentes, nem que para tal fosse necessário interromper os pagamentos à Caixa Econômica Federal, responsável pelo financiamento da Arena Corinthians. O presidente do Conselho disse que o clube "não tem dinheiro" e deveria buscar uma solução diferente para quitar o estádio. A dívida ainda gira na casa dos R$ 670 milhões, de acordo com balanço financeiro de 2024. O que as declarações de Tuma não foram bem recebida nos bastidores corintianos. Em agosto, ele também gerou polêmica ao dizer que "a gente quer ser um Flamengo, e vamos ser!", citando o clube carioca como exemplo de recuperação administrativo-financeira. Na prática, no entanto, isso está muito distante de acontecer no Corinthians. "É sempre mais fácil dar soluções simplistas para problemas complexos. Ninguém quer cortar custos, reforçar a estrutura profissional. É fundamental que o torcedor entenda quem gere seu clube, pois assim compreenderá o que se passa lá dentro", acrescenta Grafietti, que anualmente apresenta estudo analisando, com profundidade, os balanços dos principais clubes de futebol do país.