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O dia foi de novela e de tribunal: dentro do campo, o Flamengo deixou a Neo Química Arena com uma virada que tem sabor de liderança consolidada; fora dele, a novela é financeira, com recados duros e um bloqueio judicial que mexe com cofres e alianças. O roteiro da partida — empate aos 9 do segundo tempo com Arrascaeta e o gol da vitória de Luiz Araújo já nos últimos suspiros — foi narrado em detalhes pela crônica esportiva e pelos relatos de campo e . O jogo teve pitadas dramáticas: Yuri Alberto viveu o capítulo da oscilação — desperdiçou uma cavadinha de pênalti que Rossi agarrou com frieza e, minutos depois, chorou ao marcar para o Corinthians; foi um contraste que deu tempero à noite e virou assunto até nas colunas de opinião . Do lado rubro-negro, a virada foi tratada como fruto de postura e leitura de jogo: Filipe Luís celebrou a capacidade de mudança da equipe após um primeiro tempo complicado — falou em desgaste pela viagem para a Libertadores, em ajustes táticos e, sobretudo, na entrega física dos jogadores, além de destacar a adaptação de Carrascal à nova função . As histórias individuais também brilhavam: Luiz Araújo, que entrou no segundo tempo e decidiu com o chute que silenciou a torcida paulista, não economizou elogios ao coletivo e afirmou que o segredo é o grupo — palavras para escancarar a profundidade do elenco e a ideia de que a vitória não é obra de um só nome, mas de um organismo que se reconfigura e . No tabuleiro da tabela, a vitória não foi pequena: o Flamengo foi a 54 pontos e abriu vantagem sobre Cruzeiro e Palmeiras — um respiro de liderança que carrega peso estratégico e que antecipa o duelo direto com o Cruzeiro no Maracanã, já na próxima etapa do calendário . Mas nem só de alegria vive o clube: fora das quatro linhas a manchete foi a briga pela partilha das verbas de TV. O Flamengo pediu à Justiça o bloqueio de parte do repasse da Libra — medida que resultou em bloqueio de R$ 77 milhões e esquentou a relação com outros clubes, que reagiram em notas e acusações mútuas; o imbróglio tem números, história de negociações longas e impacto direto no fluxo de caixa das equipes e ganhou coro crítico da imprensa e de colunistas que analisam a posição do Flamengo dentro da Libra . E tem ainda o projeto do estádio: a gestão do clube se declara prudente, citando o exemplo do Corinthians e os riscos de dívidas monumentais; os estudos e prazos apresentados mostram um plano ambicioso, caro e demorado — recordatório de que sonhar grande exige equilíbrio financeiro e paciência administrativa . Resumindo a caminhada do dia: espetáculo e tensão, e a impressão de que o Flamengo vive em dois tempos — o das emoções que se resolvem aos 45 do segundo e o das contestações que se resolvem nos tribunais. A torcida sai sorrindo pelo resultado e inquieta pelas manchetes; a imprensa, dividida entre elogios táticos e análises financeiras, confirma que, num clube deste tamanho, cada vitória abre placares e também debates. A rodada rendeu e, como bem notou a crônica, foi quase perfeita para o Rubro-Negro — um capítulo a mais na temporada que ainda promete muitos atos .