Conteúdo Original
As redes sociais se transformaram em arquibancadas sem filtro, onde qualquer um pode gritar sua opinião a qualquer hora do dia. O problema é que muitas dessas vozes não são apenas críticas construtivas, mas ataques pessoais, duros, que atravessam a tela e chegam diretamente ao coração e à mente dos treinadores. É como se esquecêssemos que o treinador, antes de ser um símbolo de vitória ou derrota, é um ser humano. A cada comentário cruel, a cada julgamento impiedoso, estamos alimentando uma pressão que já é desumana. O que era para ser uma análise esportiva se torna violência emocional. O resultado disso é silencioso, mas real: treinadores que carregam ansiedade, insônia, depressão, e que muitas vezes não encontram espaço para pedir ajuda — afinal, a cultura do esporte ainda valoriza a força, o controle, a invulnerabilidade. Só que ninguém é de ferro. Enquanto não enxergarmos que as palavras na internet têm peso, e que o psicológico de um treinador é tão importante quanto sua tática, continuaremos a perder não apenas profissionais, mas pessoas. Pessoas que dedicaram a vida ao esporte e que, ironicamente, acabam sendo feridas justamente por aqueles que deveriam apoiá-las. É hora de refletir: queremos realmente contribuir para o crescimento do esporte ou apenas alimentar uma engrenagem de cobrança e destruição?