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Ontem, o Flamengo bateu o Inter — de novo — e se consolidou como um dos grandes favoritos ao título. Mas o massacre da noite ficou por conta de Independiente e Universidade de Chile, em Buenos Aires. O fato de o estádio dos argentinos se chamar Libertadores de América talvez seja apropriado. O palco da maior barbárie do ano com o nome da competição mais importante do continente. Torcedores se espancando com pedaços de pau, bombas arremessadas, roupas arrancadas, uma pessoa caindo da arquibancada e outras esfaqueadas, saindo pelos portões cobertas de sangue. O que aconteceu conosco? Quando perdemos nossa civilidade em nome de uma camisa? Quando se tornou razoável a ideia de surrar, furar, chutar, deixar nu, atirar em outro ser humano "por causa" de futebol? As cenas da noite passada, que alguns veículos chamaram de "confusão", deveriam decretar luto e pausa no continente. Não é apenas uma partida cancelada da Copa Sul-Americana, uma questão disciplinar, de vencedor a determinar. Aparentemente, estamos em guerra. A Conmebol cancelou o jogo e abriu um procedimento disciplinar, como o do confronto entre Colo-Colo e Fortaleza, quando jovens foram atropelados pela polícia do lado de fora, gerando protesto e invasão de campo da torcida chilena. Talvez você pense: não é novidade. Não é. É apenas desesperador que continue acontecendo e que continuemos seguindo a vida discutindo o campo e bola, como se isso fosse uma parte aceitável da natureza de nossas competições. Em 2025, pessoas estão sendo atropeladas, torturadas e mortas em estádios de futebol. E há quem se preocupe para onde vão os pontos, qual equipe vai se classificar, como fica a tabela. Falimos. Será que alguém se importa? Siga Alicia Klein no Se inscreva no Assine a