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Análise dos Times

Motivo: O texto discute a vantagem da Bolívia em jogar na altitude, mas a autora não expressa um viés claro a favor ou contra o time, focando na discussão da 'justiça' do esporte.

Viés da Menção (Score: 0.1)

Motivo: O Brasil é apresentado como o time que enfrenta o desafio da altitude, sem julgamentos negativos ou positivos diretos sobre sua performance ou mérito.

Viés da Menção (Score: 0.0)

Palavras-Chave

Entidades Principais

brasil la paz bolivia el alto alicia klein

Conteúdo Original

O Brasil enfrenta os bolivianos nesta noite, pelas Eliminatórias, na cidade apropriadamente chamada de El Alto, 4.100 metros acima do nível do mar. A escolha da federação local é propositada, tirando as partidas de La Paz, a 3.600 metros, e levando para a maior altitude possível. Alguns acham injusto. Desumano. Cruel. Fácil certamente não é. O acampamento base do Everest fica a cerca de 5.000 metros de altitude, e sabemos o quanto as pessoas treinam para essa aventura. O ar rarefeito pode levar até os mais jovens e mais bem preparados fisicamente a um mal-estar terrível. A reação de cada corpo é individual e imprevisível. Então, é sacanagem jogar lá? Eu não acho. Injusto, talvez. Mas a justiça não tem nada a ver com o esporte. Alguns são mais altos, mais fortes, mais ágeis, mais musculosos, mais aptos, mais geniais, mais talentosos do que outros. Uns têm impulsão, visão, explosão melhor. Uns são bagres. Em alguns países neva. Em outros, praticamente só faz sol. Furacão, vulcão, terremoto. Alguns lugares sofrem com intempéries; outros, não. O Brasil tem 200 milhões de pessoas a mais que a Bolívia. Alguém poderia argumentar que levamos vantagem para montar uma seleção, com um "pool" de talentos tão maior. Em Brasília, onde moro, a umidade relativa do ar chega a menos de 10% nesta época do ano — a do Saara varia entre 14 e 20%. Há quem sofra demais, com sangramentos no nariz e uma plêiade de problemas respiratórios. Ainda assim, o jogo segue — e o julgamento do golpe também. É claro que seria mais agradável enfrentar a Bolívia ao nível do mar ou a uma altitude menos aguda, mas onde traçaríamos o limite? Mil metros? Dois mil? E a temperatura? Pode jogar com mais de 35 graus? E menos de 10? Quem determinaria as linhas de corte e partindo de qual base? Cada um luta com as armas que tem. O futebol é isto. Quem não gostar que lute. Siga Alicia Klein no Se inscreva no Assine a