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Análise dos Times

Flamengo

Principal

Motivo: O artigo usa o Flamengo como principal exemplo para ilustrar a mudança nas receitas do futebol, destacando seu contrato vultoso com a Betano.

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Palavras-Chave

Entidades Principais

Flamengo Betano Deloitte Convocados

Conteúdo Original

O novo contrato entre Flamengo e Betano surpreendeu pelo valor bem acima de outros acordos de patrocínios. A casa de apostas vai pagar anualmente R$ 256 milhões ao clube carioca, além de R$ 12 milhões feitos via Lei de Incentivo. Mas o movimento do Flamengo e da Betano de um parceria além do patrocínio indica na realidade um futuro das receitas do futebol brasileiro. Um novo cenário que já está desenhado na Europa, diga-se. Um futebol em que as propriedades comerciais vão se tornar o principal ativo de um clube. A televisão e os direitos de transmissão são, nos últimos 30 anos, a maior fonte de arrecadação do futebol no mundo. E houve crescimento significativo desta receita durante o período. Só que, mundialmente, há sinais claros de desaceleração. Levantamento da consultoria Deloitte, no relatório Money League, mostra que os clubes europeus já ganham mais com vendas comerciais do que com televisão. Considerando os 20 clubes mais ricos da Europa, as agremiações ganharam em média 244 milhões de euros com marketing, licenciamento, etc. Em comparação, arrecadaram 213 milhões de euros com televisão. O cenário é diferente de 2017 quando a televisão ainda reinava absoluta. Foram 177 milhões de euros ganhos com direitos de transmissão em média, e 151 milhões com propriedades comerciais. O movimento já se verifica no Brasil, embora em estágio menos avançado. Claro, há o efeito da entradas das casas de apostas que inflaram patrocínios. Pelo relatório da consultoria Convocados, os clubes brasileiro de elite tiveram receita de R$ 1,634 bilhão com propriedades comerciais em 2024. Em comparação, o valor era de R$ 530 milhões em 2020. Ou seja, o valor mais do que triplicou. Os direitos de transmissão saíram de R$ 2,154 bilhões em 2020 para R$ 3,264 bilhões em 2024. Houve crescimento - que deve se repetir em 2025 com os novos contratos - mas em ritmo bem menos acelerado. A explicação é que o mundo digitalizado ampliou em muito a capacidade dos clubes de explorar suas marcas, de forma local e global. Redes sociais aumentaram o alcance dos times de comunicação direta com seus clubes, sem a mediação de veículos. Os clubes também criaram suas próprias mídias, como a Barça TV ou a Flamengo TV, a maior da Europa e a maior da América do Sul. Há ainda a capacidade de os clubes conhecerem mais seus torcedores para transformarem em clientes de seus parceiros. Dentro dos limites da lei de proteção de dados, há cadastros em grandes bancos de informação. É todo esse combo que entrou na negociação do Flamengo e da Betano para alavancar o valor do contrato. E por isso que a casa de apostas fala em explorar a marca do clube também globalmente. Claro, o clube carioca tem a maior torcida do país e portanto maior ativo para ser vendido. Mas cada clube tem a possibilidade de maximizar o potencial de seu público e sua marca. Para isso, terá de investir porque o dinheiro comercial, ao contrário do de tv, tem que ser buscado e não entra simplesmente como o apertar de um botão de tv.