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Neymar criou uma falsa polêmica ao afirmar, no último domingo, que sua ausência da convocação para os jogos da seleção brasileira contra Chile e Bolívia acontece por decisão técnica de Carlo Ancelotti. Ao dizer isso, chama para seu lado uma legião de fãs, numa época em que atleta profissional é visto e se comporta como popstar. Ancelotti nunca olhou jogador de futebol como artista. Ou joga bem ou está mal. Se está em boa forma física e técnica, entra em campo. Caso contrário, espera. Ao chegar ao Brasil, Ancelotti já sabia o que o aguardava. Daí dizer que, para jogar na seleção, o atleta tem de estar 100% em forma. Foi Neymar, e o Santos, quem informaram sobre um edema em sua coxa. Neymar e o Santos deram a justificativa perfeita para a ausência da lista. Se não houvesse o edema, provavelmente também não estaria neste grupo. Em sua entrevista exclusiva ao Canal UOL, Ancelotti foi questionado sobre a hipotética situação de Vinicius Júnior estar lesionado às vésperas do embarque para a Copa, precisar de tratamento nos dois primeiros jogos, mas em condições de jogar o terceiro. "Neste caso, teríamos de avaliar." Ora, o melhor jogador brasileiro da atualidade não é Neymar. É Vinicius Júnior, eleito pela Fifa o melhor do mundo no ano passado, prêmio jamais alcançado pelo craque do Santos. Não são dois pesos e duas medidas e Ancelotti já está blindado para o fato de ser questIonado sobre contradições, que haverá. Quem estiver bem e comprometido, entra na lista para a Copa. Quem não estiver, não entra. O caso de Neymar é explícito. Se sua forma física e técnica forem exuberantes às vésperas da Copa do Mundo, vai para o Mundial, sem precisar ser testado. Antes, ninguém ficará à sua espera, refém de uma eventual lesão ou desconexão com o projeto. Ancelotti é um gigantesco observador humano. Entendeu Neymar muito antes de pisar no Brasil.