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Análise dos Times

Flamengo

Principal

Motivo: O artigo trata de uma polêmica envolvendo o Flamengo devido a declarações de um dirigente, com uma entidade pedindo indenização e medidas antirracismo.

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Palavras-Chave

Entidades Principais

flamengo neymar jose boto ronaldo alfredo almeida educafro

Conteúdo Original

A Educafro Brasil acionou o Flamengo na Justiça devido a recentes declarações do diretor da base Alfredo Almeida, que foram consideradas racistas. A entidade pede indenização de R$ 100 milhões. Durante entrevista coletiva no Ninho do Urubu, em julho, Alfredo mencionou os africanos como exemplos de "valências físicas". Mas ao se referir à parte mental, mencionou "outras zonas da Europa e do globo". O caso corre na 34ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Na ação, a Educafro, além do pedido de indenização por danos morais coletivos, pede também a "adoção de medidas concretas de enfrentamento ao racismo, incluindo a criação de uma Comissão de Igualdade Racial independente, a implementação de cotas raciais em cargos de direção, programas permanentes de formação antirracista e políticas sociais voltadas à valorização da população negra", segundo comunicado da entidade. O dirigente do Flamengo, posteriormente, pediu desculpas pela fala. Alfredo é português e chegou ao Flamengo no começo da temporada. Inicialmente, ele trabalhou como assistente do diretor de futebol José Boto. Posteriormente, assumiu como diretor da base. "O que o atleta brasileiro tem, talvez não tenha em nenhuma parte do mundo. O dom, a magia, irreverência, a bola fazendo parte do corpo. Depois, existem outras zonas do globo que têm outras valências. A África tem valências físicas como quase nenhuma parte do mundo. A parte mental, temos que ir a outras zonas da Europa e do globo". "Há uma realidade do Brasil que pensaram que o europeu vinha ao Brasil comprar força, atletas altos, grande, fortões. Se formos à realidade do Brasil, existe regra e exceção. Exceção era o Ronaldo da vida, que tinha tudo. Mas a regra é termos os Neymares da vida, jogadores franzinos, mas que a bola faz parte do corpo, que descobrem soluções em campo como ninguém. Que conseguem passar por armadores físicos. E os brasileiros passaram a dar ênfase à forma física, a querer jogadores muito fortes, rápidos. Pulsantes". "A Europa não pede isso do brasileiro, pede o que não tem lá, a magia. Muitas vezes, ao trabalhar aos 12, 13, 14 numa academia, me perdoem a expressão, para mim é até crime. Não só estamos a prejudicar o que ele tem de bom, estamos a tirar a magia. O mundo mudou mais nos últimos 10 anos do que nos últimos 50 anos. Hoje se um menino de 14 anos se tirar uma selfie na frente do espelho cheio de volume para o Instagram vai ter muitos seguidores. Esse menino, se não tivesse esse volume, teria mais agilidade, ia para cima dos adversários, com rapidez. Aquele atleta brasileiro que nos habituamos a ver. Deixou-se de fazer isso para transformar meninos, adolescentes em robôs nas academias. Isso que o Boto quis explicar. A Europa não vem procurar isso no Brasil, veio procurar talento, magia. Não pago ingresso para ver um fortão e grandão, mas para ver algo diferente. Queremos resgatar isso e podemos ser pioneiro nisso no maior clube no Brasil". "Durante a entrevista coletiva de minha apresentação como diretor da base do Flamengo, fiz uma explanação mais ampla sobre os diferentes perfis de atletas ao redor do mundo e as valências que costumam ser observadas por clubes no processo de formação e recrutamento. Um trecho específico da minha fala, isolado do contexto geral, acabou gerando interpretações que em nada refletem meu pensamento. Por isso, peço desculpas se a forma como me expressei causou qualquer desconforto. Não houve, em momento algum, a menor intenção de soar discriminatório Tenho total consciência de que há atletas com grande capacidade tática no futebol africano, assim como existem jogadores europeus com enorme talento criativo e brasileiros com impressionante força física. As características dos jogadores não se limitam à sua origem geográfica. Reforço meu respeito a todas as culturas, povos e escolas do futebol. Sigo comprometido com o trabalho de formação no Flamengo, pautado por valores como inclusão, diversidade, ética e desenvolvimento integral dos nossos atletas".