Conteúdo Original
Botafogo e Atlético no Nilton Santos. Você perdeu esse confronto? Pois ganhou duas horas de vida. Um jogo absolutamente fraco, desorganizado e sem ritmo. Erros, nervos à flor da pele, arbitragem perdida na rodinha de jogadores reclamões, cinco amarelos e uma expulsão só no primeiro tempo. O que faltou em qualidade sobrou em virilidade. Hulk, Lyanco, Marlon Freitas, Chris Ramos - esse último expulso no final do primeiro tempo depois de acertar uma cotovelada bizarra no adversário. Davide Ancelotti pode ter sua responsabilidade pela falta de bom futebol, mas John Textor tem mais. O Botafogo virou um amontoado cheio de atletas esforçados. O desmonte do time que fez história é um golpe duro. Um a um, Textor mandou praticamente todos embora. Muitos, por um preço miserável. E tem quem considere o estadunidense o gênio da gestão. Um clube a cada dia mais endividado e agora oficialmente desmontado. A torcida, desconfiada, esteve ausente nesse sábado: nove mil pagantes. O Galo de Sampaoli, mais uma SAF emburacada, é outra piada. Futebol passou longe, descontrole invadiu. É irritante ver a rodinha que formam ao redor da arbitragem a cada falta marcada contra o time ou a cada lance que eles supõem que seja uma falta que o juiz não viu. O juiz erra, verdade, mas pressionado nesses termos certamente vai errar ainda mais. Uma galera completamente histérica. Nada justifica esse comportamento. Lyanco foi substituído no intervalo porque levou um amarelo e seguiu com cara de poucos amigos deixando a expulsão iminente. Sampaoli, que não é conhecido pela prudência, foi cauteloso e disse: você sai. No começo do segundo tempo, com um a menos, o Botafogo marca um golaço: Montoro, o jogador mais interessante desse ano, faz boa jogada e cruza na cabeça de Santi Rodriguez, que mete com força no ângulo. Um a zero. O desenho passou a ser: Galo com a bola tentando atacar, Botafogo recuado tentando contra-atacar. Bola para lá e para cá na entrada da área do Botafogo como se fosse um jogo de handball. O Atlético, com um a mais, não encontrou criatividade para vencer, ou sequer para empatar. Faltas, erros de passe, reclamações, tropeços, batidas de cabeça, caneladas, bizarrices. Tudo menos futebol. Só mesmo Montoro salvava um pouco a arte desse esporte: quando a bola caía em seus pés para o contra-ataque, a gente e lembrava do que a partida poderia ser. Conforme o tempo ia passando, Sampaoli tentava mandar o time para frente. Entraram Rony, Bernard e Biel. Mas não Dudu. Esse seguiu no banco em seu eclipse particular, um eclipse que ele criou para si mesmo. Os dois finalistas da Libertadores 2024 mudaram muito e têm que lidar com a frustração de suas torcidas. Dívidas, proprietários que parecem perdidos em suas gestões, times com problemas emocionais, treinadores com expressões perturbadas à beira do gramado. Dessa vez, pelo menos, Davide sai vencedor e dorme na quarta posição na tabela. Já Sampaoli, com um a mais, sai derrotado e desmoralizado.