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Todo dia tem pressão sobre a comissão de árbitros da CBF. Quem diga, inclusive, que não há comissão de árbitros, depois da queda de Wilson Seneme e da escolha de Rodrigo Cintra, como coordenador, acima de uma equipe de consultores com o argentino Nestor Pitana, o italiano Nicola Rizzoli e o brasileiro Sandro Meira Ricci, Em alguns momentos, sabe-se que há resistência no comando da CBF à mudança. Entende-se que o trabalho é de mudança de cultura e não de mudança da direção da arbitragem. Fato é que árbitros brasileiros elogiados em jogos internacionais são criticados no Brasil. Ramon Abatti Abel, elogiadíssimo durante a Copa do Mundo de Clubes, foi criticado por parar demais o jogo Flamengo 0 x 0 Cruzeiro. Enquanto Cintra coordena a arbitragem, há mudanças visíveis acontecendo. Uma delas é o desmembramento de trios de arbitragem que antes atuavam sempre juntos. As críticas registradas no ano passado sobre Raphael Claus estar sempre acompanhado de Daiane Muniz, na cabine de VAR, deixaram de ter razão de existir. Peguemos Claus, o melhor árbitro brasileiro segundo relato de Wilson Seneme, apitou com cinco companheiros diferentes no VAR, nas últimas cinco escalas de Brasileirão. Perde-se em entrosamente? Ou ganha-se por não haver cumplicidade entre a cabine e o campo? A experiência parece ser positiva. Há uma ideia de, ano que vem, escalar nas cabines de VAR apenas árbitros internacionais, que tenham a sensibilidade para não chamar o árbitro de campo a todo lance de interpretação. Não marcar o que se chama, no prédio da arbitragem, no Rio de Janeiro, de micropênaltis. O último exemplo é de Internacional x Corinthians. Houve contato de Cacá e puxão na camisa de Bruno Henrique. Mas o árbitro Rodrigo José de Lima não entendeu como pênalti. O árbitro de vídeo, Gilberto Rodrigues Castro Júnior, pediu a revisão. Se o árbitro viu o puxão e interpretou que não houve pênalti, por que reinterpretar? Percebe-se uma enorme dificuldade em convencer árbitros de vídeo de que não têm de chamar o árbitro à cabine todas as vezes. Exemplo positivo é o choque entre Piquerez e Rayan no jogo Palmeiras x Vasco. A CBF entendeu que não houve pênalti e que o árbitro não deveria ser chamado a rever a jogada.