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Leila Pereira teve a coragem de afirmar com todas as letras o que dirigentes de 39 clubes pensam e repetem em salas fechadas. Diferentemente, Leila disse com todas as letras. É preciso pensar na árvore e não no tamanho de seu próprio galho. Se o Flamengo acha justo bloquear o dinheiro relativo ao percentual de audiência, porque não julga consensual a divisão que a diretoria anterior, ok. Parece mais legítimo levar adiante o debate, em vez de bloquear os valores referentes a todos os demais clubes da Libra. O presidente do Grêmio, Alberto Guerra, disse sexta-feira que isto pode fazer avançar a unidade entre Libra e LFU, para que exista uma liga apenas. O Santos esteve próximo da filiação à LFU para o próximo ciclo. E Leila teve a coragem, só ela, de dizer publicamente o que todos repetem à boca pequena. Que o Flamengo se resolva sozinho e todos os demais formem uma liga única. O problema é que Leila não quis assinar e nem fez avançar o debate sobre o memorando de entendimento para encaminhar a União entre Libra e Liga Forte União. Seu ponto de vista é de que a CBF deve fazer parte do debate. Então, ela própria pode exercer este papel de liderança, chamar a CBF, ajudar a colocá-la no processo. Assim como insiste no fair play financeiro, sempre com razão. E se a CBF finge querer a Liga, se muitos julgam que esta é a desculpa de Leila para não assinar, caberá a ela tomar a liderança do processo. Teve a coragem da fala. Agora, a coragem de agir. Isto está faltando desde julho, quando procrastinou a assinatura do memorando e, depois de duas semanas, disse que não iria assinar. O Flamengo pensa exclusivamente em seu galho e o futebol brasileiro precisa plantar uma árvore. Com raiz e tronco fortes, ela crescerá e alimentará galhos de diferentes tamanhos, todos dando frutos. Não se sabe se haverá seiva para o galho isolado, que se quebrar e preferir se ver fora da floresta.