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Nos 51 minutos do primeiro tempo da decisão do Brasileirão, Brabas e Cabulosas não jogaram à altura da presença da Fiel nas arquibancadas de Itaquera. Jogo truncado, 21 faltas, 12 a 9 para as cruzeirenses que cumpriram bem o papel de manter as corintianas longe da área e ainda criaram a melhor chance de gol, com Gaby Soares, aos 34 minutos, acertando o travessão da goleira Nicole. O empate levaria a decisão à marca do pênalti na nona decisão seguida das Brabas em busca do sétimo título, o sexto seguido, e da taça inédita para as mineiras. Esperava-se mais qualidade e menos nervosismo no segundo tempo porque a saudável competitividade não deve ser sinônimo de má qualidade para firmar o futebol de mulheres. A bela e ensolarada manhã de domingo merecia mais bola e mais emoção. A goleadora Vic Albuquerque veio para o segundo tempo no lugar da meio-campista Dayana Rodríguez, sinal de que as Brabas iriam para cima com tudo e mais um pouco. E o Corinthians deu forte blitz nos primeiros minutos, mais na força que na técnica ao causar bololô na área azul. Então, logo aos 4 minutos, a zagueira Thaís Ferreira pegou rebote da goleira Camila em chutaço de Duda e abriu o placar: 1 a 0. Perdido por um, perdido por dez, a goleadora Letícia Ferreira entrou no jogo. Na metade da etapa final as Cabulosas tentavam empurrar as rivais para trás, sob o risco dos contra-ataques. À medida que o tempo passava o Cruzeiro pressionava e a tensão aumentava na zona leste paulistana. As Brabas renovaram pulmões com Gi Fernandes e Letícia Monteiro, aos 35. Johnson e Duda fora, diante de 41.130 pessoas, com renda de mais de 1 milhão e 237 mil reais, recorde no Brasil, tomara que destinada a pagar o que o clube deve às suas atuais e ex-jogadoras. A Fiel é a Fiel. Nos seis minutos de acréscimos vigorou a tática da bola para o mato que é jogo de campeonato, com as Cabulosas em peso no ataque e as Brabas na base do chutão para onde o nariz estivesse virado. No derradeiro segundo Letícia Ferreira teve o empate aos seus pés e chutou fora. Feliz com a vitória sobre o Fluminense ontem entre os homens, mais feliz ainda e orgulhosa com a façanha das mulheres que merecem respeito não só no discurso, mas na prática. E azar de quem não curte.