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Análise dos Times

Flamengo

Principal

Motivo: O artigo foca na polêmica envolvendo um jogador do Flamengo, mas a análise é mais sobre a integridade esportiva e o sistema de justiça desportiva.

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Palavras-Chave

Entidades Principais

flamengo bruno henrique stjd fifa

Conteúdo Original

O julgamento de Bruno Henrique pelo STJD recolocou em pauta uma questão central: até onde o futebol brasileiro está disposto a proteger a integridade esportiva? O atacante do Flamengo foi denunciado por manipulação de resultados após supostamente forçar um cartão amarelo em benefício de apostadores. A Procuradoria pediu enquadramento no artigo 243 do CBJD - que trata de "prejudicar a equipe" e "obter vantagem indevida" , mas Bruno Henrique foi absolvido dessa acusação. Restou apenas a punição no artigo 243-A, por conduta antidesportiva, com 12 jogos de suspensão, A máxima previa 24 jogos. Por que a mínima, se o esporte tem como pilar a proteção da integridade? Antes de mais nada, é preciso parabenizar o excelente trabalho jurídico da defesa do jogador. Sobre o resultado do julgamento, na prática, a Justiça Desportiva sinalizou que houve conduta irregular, mas não manipulação de resultado. O problema é que a integridade esportiva não se protege pela metade. Se combate com rigor, vide decisões recentes do mesmo Tribunal que foram aplaudidas. A reforça o combate a manipulação: atletas não podem ter qualquer relação direta ou indireta com apostas esportivas. O vai na mesma linha. Seu artigo 26 é categórico: Ainda me pergunto: c Ah, mas é propaganda! Entendo que ninguém diretamente relacionado ao esporte pode receber dinheiro de empresa de aposta. No mínimo, há um conflito grande de interesse. E mais, se macula a integridade e lança interrogação sobre a integridade do jogo, por que permitir? Não se trata apenas de punir quem manipula para obter vantagem, mas de criar barreiras claras contra qualquer associação que possa gerar dúvida sobre a lisura do jogo. Em coluna recente destaquei que a FIFA exige rigor contra a manipulação justamente porque ela mina a confiança do torcedor. No Brasil, porém, as decisões do Tribunal mostram oscilações que colocam em xeque a legitimidade do sistema . A Justiça Desportiva precisa construir . Com caminhos e decisões que tragam segurança jurídica, através de leis, regras e princípios. Se cada caso é tratado de forma distinta, sem critérios claros, perde-se a previsibilidade e, com ela, a legitimidade. É hora de pensar em caminhos institucionais: penas proporcionais e uniformes, maior transparência nos julgamentos, fortalecimento das regras de compliance e de prevenção. O caso Bruno Henrique deixa claro que o risco não é apenas a manipulação em si, mas a percepção de complacência. E essa percepção é devastadora para o esporte. De novo, a pergunta que permanece é direta e incômoda: estamos dispostos a levar a sério a integridade esportiva ? .