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Análise dos Times

Motivo: O texto menciona o Vasco em relação a eventos históricos e à tragédia, sem demonstrar viés claro a favor ou contra.

Viés da Menção (Score: 0.0)

Motivo: O texto menciona o Botafogo em relação a eventos históricos e ao jogo em questão, sem demonstrar viés claro a favor ou contra.

Viés da Menção (Score: 0.0)

Palavras-Chave

Entidades Principais

Vasco Botafogo Rio de Janeiro Nílton Santos Edmundo Gonçalves

Conteúdo Original

Botafogo x Vasco não era chamado de Clássico da Amizade. Não era assim nem na final de 1948, quando o Botafogo venceu por 3 x 1 e sua torcida atirou pó-de-mico nos jogadores do Expresso da Vitória. Nem em 1990, quando o Vasco desafiou o título alvinegro dando volta olímpica com uma Caravela. Nem quando Edmundo rebolava diante de Gonçalves, num histórico drible, no Maracanã. Rivalidade é lembrar das histórias, até entre amigos. Não é matar gente num jogo atualmente chamado de "Clássico da Amizade." No Rio, o Clássico da Paz sempre foi Vasco x América, porque abriu o campeonato de 1937, após quatro temporadas seguidas com duas ligas separadas pela intransigência. Fez-se a paz entre as ligas abrindo o novo torneio, todo mundo junto, num América x Vasco. Não é preciso haver amizade entre clubes rivais, mas é necessário haver civilidade. Na estação Oswaldo Cruz, não houve. Um vascaíno foi morto em briga de torcidas a quatro estações da descida para o estádio Nílton Santos. São sete quilômetros de distância. Não indica risco para quem foi ao clássico, mas para quem está na cidade do Rio de Janeiro. O Rio mantém o saudável hábito das duas torcidas e a guerra não se deu no Engenhão. Importante dizer. Também é importante ressaltar que em estádios como o Nílton Santos, de pouco espaço em volta, em que há 5% de visitantes, os uniformizados são minoria no estádio, mas proprietários do espaço que ocupam. É diferente no Maracanã. No Rio de Janeiro, como na Espanha ou Inglaterra, quem vai ao espaço de 5% ou 10% destinado aos visitantes é o batalhão de choque das torcidas uniformizadas. Não há de persistir torcida única em lugar nenhum, nem no Mineirão do recorde de público em Cruzeiro 2 x 0 Atlético, nem nos Corinthians x Palmeiras recentes da Copa do Brasil. Há de haver civilidade. Por outro lado, é quase inquestionável que a sensação de segurança aumenta nos clássicos com uma torcida só. Quem vai ao estádio percebe essa ideia se espalhando pelo público presente às arquibancadas. É a falência do ser humano. Mas está acontecendo assim. A morte no "Clássico da Amizade" é mais um símbolo de que o grande problema não é sair de casa para ir ao futebol, ao cinema ou ao shopping center, mesmo correndo o risco de ser assaltado e morto em qualquer uma destas situações. O grande problema é o ser humano não respeitar a própria vida.