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Na crônica de ontem, quem comandou a cena foi John Textor — mistura de executivo e caçador de talentos — que admite se envolver pessoalmente nas contratações: chegou a se sentar na cozinha da família de Luiz Henrique e a conhecer a noiva de Thiago Almada, episódios que ilustram seu estilo hands‑on e a convicção de que relações pessoais contam tanto quanto planilhas [ ]. O dono descreve como montou o departamento de observação do clube ao lado do head scout Alessandro Brito e do ex‑diretor de futebol André Mazzuco (este já fora do clube). Segundo o relato, a contratação desses nomes teve incentivo de Doug Friedman, diretor esportivo do Crystal Palace, mostrando que a teia de recomendações internacionais pesa nas decisões locais [ ]. O método que Textor descreve junta dois mundos: o olhar do olheiro e a matemática. Ele explica que um observador nota o primeiro toque e a técnica, enquanto ele mede o tempo e a certeza estatística na conclusão da jogada — a união, diz, aponta o “mestre do tempo”. Essa rede de avaliação se estende por clubes como Lyon, RWDM, Florida e Crystal Palace e apoia‑se na empresa Eagle, cujo ecossistema, segundo Textor, permite prometer um caminho à Europa a jogadores como Thiago Almada, Lucas Perri, Luiz Henrique e Adryelson [ ]. Na prática, a estratégia é clara: usar uma rede internacional para reduzir o erro na avaliação e transformar o Botafogo numa vitrine que seduz jovens talentos com a promessa europeia. É uma aposta em escala — dados, olheiros e conexões — para moldar o plantel e o futuro do clube [ ]. Ficou também o contraste entre admiração e suspeita: há quem louve um dono meticuloso e presente; há quem tema interferência pessoal demais nas escolhas. O balanço do dia é este: no Botafogo, o proprietário não se contenta em abrir a carteira — quer desenhar o caminho e a narrativa que levará jogadores daqui para a Europa [ ].