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Um dos apelidos mais populares de Marcelo Gallardo é Tem a estratégia do velho general e os mesmos 1,69 m, estatura provável do estadista francês. Há sete anos, quando conquistou sua segunda Libertadores, vencendo o Boca Juniors em Madri, Gallardo era visto como o novo grande técnico sul-americano. Candidato a todos os prêmios e todos os cargos, começou a esbarrar em adversários brasileiros. Perdeu a final de 2019 para o Flamengo, a semifinal de 2020 para o Palmeiras, as quartas de final de 2021 para o Atlético, caiu contra o Vélez nas oitavas de 2022, mudou-se para a Arábia Saudita, voltou para cair contra o Galo, outra vez, nas semifinais de 2024. Como Napoleão, deu-se mal por causa do Brasil, quando o Imperador Dom João VI espertamente mudou a sede de seu império de Lisboa para o Rio de Janeiro. Seu Dom João é Abel Ferreira, que mudou o curso de técnico mais vencedor da América nos últimos seis anos, após o domínio de Gallardo com as conquistas de 2015 e 2018. São três jogos entre Abel e Gallardo, duas vitórias do Palmeiras, uma do River, sempre com ganhadores fora de casa. A diferença é não ter havido torcida no ano da pandemia de 2020, quando os palmeirenses fizeram 3 a 0 em Avellaneda e o River quase virou com 2 a 0 no Allianz Parque. Abel se lembra do susto e não quer correr o mesmo risco: "Só se é superior a um adversário por todo o tempo, quando se enfrentar alguém muito inferior", diz. Isto explica por que o River foi melhor no segundo tempo em Buenos Aires. Gallardo era visto há seis anos como o grande estrategista, elogiado por contratar uma especialista em neurociência, cultuado por mudar comportamentos de jogadores com apenas um olhar, como numa famosa guerra de travesseiros que levava o elenco do River para um jogo de Libertadores. Sua capacidade estratégica esbarrou na cabeça fria e no coração quente de Abel. Antes, no gelo e no sangue de Jorge Jesus, também português, outro candidato a Dom João VI que surpreende o estrategista Nos velhos tempos, Gallardo montava seu time no 4-1-4-1, sem obsessão pela posse de bola, com marcação por zona, mas com algumas perseguições longas. Segue sendo assim. Uma das coisas que mudaram no cenário sul-americano foi a evolução dos elencos dos times brasileiros. Não fosse por isso, motivação também do aspecto econômico, talvez o River Plate de Gallardo pudesse ter construído uma hegemonia como a do Boca Juniors, de quatro títulos entre 2000 e 2007. Em vez disso, a cabeça fria e o coração quente de Abel podem construir uma supremacia de três títulos em seis disputas. Se acontecer, só no dia 29 de novembro. Antes disso, Abel precisa driblar a estratégia del , como Dom João fez há mais de dois séculos.