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A de que Edílson Pereira de Carvalho processa a Join Comunicação por não ter recebido R$ 11 mil combinados para dar depoimento para o documentário sobre a Máfia do Apito só confirma a falta de caráter dos envolvidos no caso de 2005. Fazer acordo com quem não cumpre as mínimas regras da honestidade dá nisso. Quem faz acordo com golpista vai tomar golpe. Isto à parte, a brilhante obra produzida pela "Feel The Match", conduzida pelo excelente Bruno Maia, comercializada com a GloboPlay, traz apenas a realidade. Traduzida para a atualidade, parece tudo ainda mais perigoso. Edílson Pereira de Carvalho fazia parte de uma máfia que incluia sites de apostas ilegais. Agora, há os legais. Edílson diz que atualmente os jogadores podem fazer a venda de resultados, meia verdade dita da boca de quem não possui dignidade para falar. Mas que, de fato, alerta para o problema concreto. O caso da semana foi o de Bruno Henrique. Foi flagrado dirigindo com carteira de motorista falsa, antes de ser acusado de levar cartão amarelo proposital, para beneficiar o irmão numa aposta. Edílson Pereira de Carvalho forjou diploma de segundo grau para poder ser árbitro, antes de ser confirmado como protagonista do maior escândalo de arbitragem do Brasil no século 21. O documentário é obrigatório para quem gosta de informação. Informa e entretém.. Mostra como André Rizek e Thaís Oyama ajudaram a Polícia Federal e o Ministério Público a escancarar a picaretagem. Deveria ser o inverso, mas foi a imprensa quem levou a denúncia às autoridades constituídas. Hoje, com todas as investigações sobre manipulação de resultados, não há árbitros envolvidos. Jogadores, sim. E não só no Brasil, mas na Inglaterra, berço das apostas, onde Lucas Paquetá foi inocentado por falta de provas e onde correm milhares de outros processos. Há coisas que não acontecem só no Brasil, nem só ao Botafogo. Se você não viu, procure nas redes sociais a análise extraodrinária de Maria Castello Branco, na CNN Portugal, sobre o descarrilhamento do elevador da Glória. Ela nos lembra que já havia acontecido algo semelhante, sem vítimas, em 2018. Atribuiu a tragédia ao que denomina "mentalidade portuguesa." É quase um sinônimo de "jeitinho brasileiro." Vinte anos depois de Edílson Pereira de Carvalho, compreendemos que Bruno Henrique é "absolvido a doze jogos", porque há questões jurídicas que justificam isso. Edílson é réu confesso, nunca foi preso (só cinco dias) , cobrou R$ 50 mil para dar entrevistas exclusivas a um documentário e está processando a produtora por não receber R$ 11 mil, mesmo após quebrar a exclusividade prevista em contrato e dar depoimentos a canais de youtube, . Há vinte anos, quando os árbitros entravam em campo, eram chamados de "Edílsons". Os árbitros relatam que se sntiam pior do que quando xingavam suas mães.