🔎 ou veja todas as análises já realizadas

Análise dos Times

Palavras-Chave

Entidades Principais

Antonín Panenka Sepp Maier Neném Prancha Otelo Caçador

Conteúdo Original

"Cavadinha" é um termo do português do Brasil que se refere à cobrança de pênalti. Nela, o batedor toca suavemente a bola para o centro, na expectativa de que o goleiro mergulhe para um dos lados e a pelota entre mansamente na meta do oponente. Mundialmente essa forma de cobrar penalidades máximas é conhecida como "Panenka". Uma referência a Antonín Panenka, que desta maneira iludiu o histórico goleiro germânico Sepp Maier na final da Eurocopa de 1976, em 20 de junho daquele ano. Na decisão em Belgrado, Sérvia, na época capital da antiga Iugoslávia, ele garantiu a vitória da Tchecoslováquia sobre a Alemanha Ocidental na disputa por pênaltis. Fez história e associou definitivamente seu nome ao estilo arrojado de cobrança. Esse tipo de batida depende de confiança, de apurada técnica para fazer a bola "morrer" no centro das redes adversárias, mas contando com o mergulho do goleiro para um dos lados. Bonito, mas trata-se de uma jogada de alto risco. Perder uma penalidade máxima é, sempre, algo duríssimo para o encarregado de executá-la. Quando ela o faz à "Panenka", não pode errar, ou o mundo cairá sobre seus ombros, com a pecha de inconsequente, irresponsável. No Rio de Janeiro, Neném Prancha, conhecido "filósofo do futebol", disse certa vez que "o pênalti é tão importante que quem devia bater é o presidente do clube". "Pênalti não é coisa que se perca", repetiu incontáveis vezes o cronista e cartunista Otelo Caçador, que assinava a coluna "Penalty", nas páginas do jornal "O Globo". A decisão de quem vai fazer a cobrança, e como, não deveria ser só do batedor. Cabe ao técnico selecionar quem é mais capacitado e estabelecer a ordem de cobradores. E, nos treinos, definir o repertório de cobranças. Ele autorizaria, ou não, a "cavadinha". Sim, porque trata-se de jogada arriscadíssima, que abala psicologicamente o batedor de pênaltis e a própria equipe em caso de fracasso. Pela beleza e ousadia do lance, é sensacional, mas quase 50 anos depois de Panenka, com tantos repetindo seu gesto, o fator surpresa não é tão grande. E preço muito elevado.Vale mesmo a pena?