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Trocas de treinadores no futebol brasileiro dificilmente têm qualquer relação com uma linha de trabalho. Não costuma existir modelo de jogo a seguir e muda-se de um extremo ao outro com o enorme naturalidade. É o caso do Fluminense, que viu Renato "Gaúcho" Portaluppi se demitir após a eliminação da Copa Sul-americana. Para seu lugar, Luís Zubeldia, que recentemente deixou o comando do São Paulo. Treinadores de estilos muito distintos. Se o brasileiro segue a linha agregador, de grupo, com raso (em alguns casos inexistente) discurso tático, o argentino é diferente. A tendência é vermos um time mais estruturado. Sim, porque nas últimas semanas o Fluminense de Renato era um conjunto que defendia mal e, quando pressionado pelo resultado, partia para o tudo ou nada. Pouca estrutura tática e muito "vamo que vamo". Deu certo no mata-mata contra o Bahia, com o time classificado para as semifinais da Copa do Brasil. Deu errado no da Sul-americana, com os tricolores perdendo a vaga na mesma fase para o Lanús. O jogo aleatório dará vez a uma equipe que deve procurar se defender melhor e atacar de maneira mais estruturada. Zubeldia tem mais conteúdo do que seu antecessor, isso é óbvio. No entanto, se o temperamento de quem saiu costumava ser o ponto alto da gestão, o de quem entre é um problema. O destempero do argentino à beira do campo gera cartões, suspensões e ausências. Desgastante. Mas como no futebol brasileiro se pensa em nomes de técnicos, não em estilos de trabalho e em perfil com relação ao clube e elenco, a troca segue a normalidade. Serão dias movimentados. Com o novo técnico ciente de que está a quatro jogos de um título com o Fluminense. Luís Zubeldia terá pouco mais de dois meses para ajustar a equipe à sua forma de pensar, de maneira que chegue forte aos duelos com o Vasco, em 10 e 14 de dezembro.