Conteúdo Original
A Bola de Ouro consagrou o Paris Saint-Germain, campeão da Europa e vice-campeão do Mundial da Fifa, distribuindo prêmios para os envolvidos. Dembélé foi eleito melhor jogador da temporada, Luis Enrique, o melhor técnico, e Donnarumma ficou com o troféu de melhor goleiro - o italiano já não está mais e é hoje goleiro do Manchester City. O clube parisiense foi também eleito "time do ano" em uma festa que cada vez mais lembra o Oscar - pela pompa e pela maneira como se arrasta. É comum vermos o time que ganhou o principal troféu da temporada (e a tríplice coroa) abocanhar a maior parte dos prêmios, ainda que os anos Messi-Cristiano Ronaldo tenham gerado algumas exceções. Não poderia ser diferente neste ano, após uma temporada em que nenhum jogador se destacou de forma tão forte. Ainda mais em um prêmio francês, em Paris, dado por uma revista francesa. Apesar do colegiado internacional, era esperada certa patriotada. É lógico que o Mundial da Fifa, ainda mais pela característica de um torneio de fim de temporada, não recebeu o mesmo peso da Liga dos Campeões da Europa, que segue sendo o torneio de mais prestígio. O Chelsea não fez nada demais na temporada inglesa e não teria cabimento que os jogadores do clube londrino ganhassem prêmios de tal peso. Pelo menos o Mundial serviu para que Estevão fosse visto mundialmente, e o que ele fez com a camisa do Palmeiras o levou à quarta posição no ranking de "jogador jovem", o prêmio Kopa, que ficou para Lamine Yamal, do Barcelona. Yamal, para mim, é o melhor jogador do mundo na atualidade, o mais decisivo. E fez uma temporada estratosférica com a camisa do Barcelona, ainda que o time tenha caído nas semifinais da Champions, no incrível duelo contra a Inter de Milão. Raphinha, também com a camisa do Barcelona, fez uma temporada que não ficou atrás da de Dembélé. Salah também foi um monstro pelo Liverpool, ainda que tenha sido mais determinante na primeira metade da temporada. Mas, até aí, Dembélé tampouco fez um ano completo. Na primeira metade, não jogou nada. Até a virada do ano natural, de 24 para 25, foram oito gols e ele foi parar no banco de reservas, porque Luís Enrique não estava gostando do que via. A partir de janeiro, mais especificamente do jogo contra o Manchester City, pela Champions, a coisa virou totalmente e Dembélé desembestou a fazer gols - foram 27 na sequência. No ano passado, Rodri ficou com a Bola de Ouro, deixando Vinícius Jr em segundo lugar. Um prêmio que gerou revolta entre brasileiros e no universo Real Madrid. Ficou a impressão de injustiça, que depois seria "corrigida" em outro prêmio, o "The Best", da Fifa. De novo, pelo menos no meu ponto de vista, fica a sensação que o melhor não ganhou. Dembélé fez uma segunda metade de temporada incrível. Ele é muito bom jogador, joga com as duas pernas, sempre teve dificuldades com lesões e também, em determinados momentos, com certa falta de inteligência em campo. Foi uma temporada campeã, incrível. Mas Yamal joga mais. Se Yamal fosse brasileiro, estaríamos revoltados, não estaríamos?