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Um time ansioso, contra outro fragílimo, o que só aumentava a ansiedade. O time amarelo repleto de estrelas, contra o vermelho composto por anônimos. Brasil e Chile, no Maracanã repleto e louco para gritar gol e aplaudir a Seleção. Até que, aos 37, depois de bela triangulação e arremate de Raphinha com desvio do goleiro, Estêvão fez, de meia-bicicleta, em cima da linha fatal, o 1 a 0 que não exprimia a superioridade brasileira, embora exprimisse a pressa em liquidar os chilenos. Havia até lances plásticos, dignos de aplausos, com certo abuso para fazer graça. O que ficava evidente no comportamento da torcida era a vontade de gostar do jogo, gostar do time, se reconectar com a paixão perdida. E que, pelo menos, via uma atuação alegre, intensa, festiva. O segundo tempo começou exatamente como terminou o primeiro, com a Seleção jogando fácil, mas finalizando mal. Estêvão era quem jogava melhor, atrevido, desinibido, showman. Coletivamente, porém, faltava entrosamento e, principalmente, estabelecer no placar a diferença técnica entre as duas seleções. Como o jogo, aos 20 minutos, entrava numa certa monotonia, Carlo Ancelotti pôs Andrey e Luiz Henrique nos lugares de Casimiro e Estêvão. Boa parte do Maracanã talvez se lembrasse de Flamengo e Grêmio e do empate gaúcho no fim do jogo dominado pelo rubro-negro. Aos 25, Kaio Jorge e Lucas Paquetá nos lugares de João Pedro e Martinelli. E no primeiro ataque, Luiz Henrique aprontou um salseiro na área chilena e pôs a bola em cima da linha fatal para Paquetá fazer 2 a 0 de cabeça. Ainda era pouco, mas o suficiente para ficar todo mundo feliz. Em seguida, em novo lance de Luiz Henrique a bola foi ao travessão e Bruno Guimarães fez 3 a 0. Era hora de agradecer ao treinador italiano que também trocou Raphinha por Richarlison. O campeão ainda não voltou, mas a alegria anuncia que quer voltar, diante de 57 mil torcedores. O que não é pouco, embora não seja muito.