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Todo mundo tem o direito de mudar de opinião. Mas não deixa de ser curioso o registro da entrevista coletiva de Rogério Ceni, no dia 13 de julho de 2024, depois da derrota do Bahia para o Cuiabá, por 2 x 1, na Fonte Nova: "Foram três chances que a gente ofereceu e por erro de construção. E repito, mais uma vez: num gramado que não tem a mínima condição. É melhor jogar no sintético do que neste gramado que a gente joga." Rogério se referia às chances oferecidas ao Bahia para o Cuiabá marcar 2 x 1. Depois da derrota, o Bahia ocupava ainda o quinto lugar. Se vencesse o Cuiabá, pela 16ª rodada, seria o terceiro colocado, com o mesmo número de pontos do Palmeiras e abaixo apenas pelo saldo de gols. Perdeu porque o Cuiabá foi melhor. E o gramado da Fonte Nova, sabe-se, não é dos melhores do Brasil. Importante frisar. É sempre ideal ter uma liga com gramados naturais e bons. Acontece que o Brasil deu a concessão para os sintéticos e, para retirá-los, será necessário dar prazo mínimo de três anos, como aconteceu na Holanda. Enquanto isto não acontece, é justo jogar no sintético, que está dentro da lei. Os gramados naturais, melhor opção, têm poucos em condição ideal no Brasil. Os bons são da Neo Química Arena, do Beira Rio, de Mirassol, de Bragança Paulista e do MorumBis, que já foi melhor. Os ruins, ruins mesmo, são da Fonte Nova, criticado no ano passado por Rogério Ceni e ontem por Abel Ferreira, do Castelão, da Arena do Grêmio, do Maracanã. Em Fortaleza e Rio de Janeiro, é justo falar do esforço para melhorar. Mas as reclamações seguem constantes. O Brasil tem sol o ano inteiro. A Argentina, não. Impossível compreender por que o gramado do Monumental de Nuñez é bom e do Maracanã não é. Ainda que exista a explicação da cobertura que bloqueia parte da passagem do sol, se a Inglaterra tem bons gramados, é inegociável não haver campos extraordinários no Brasil. E não há.