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Carlo Ancelotti diz, com razão, que o tamanho do Brasil, as viagens, as temperaturas e o calendário impedem que os jogos sejam disputados com a intensidade vista na Europa. O primeiro tempo de Atlético Mineiro e Cruzeiro, no gramado sintético do Terreirão do Galo, contrariou a verdade. Porque disputado em ritmo de Fórmula 1 com o alvinegro ligeiramente superior e um sem-número de oportunidades, de ambos os lados, não concluídas em gol por detalhes, entre os quais a prontidão das zagas para dificultar a vida dos atacantes. Cássio trabalhou mais que Everson e o 0 a 0 foi daqueles acima de críticas. Restava saber se o ritmo seria mantido no segundo tempo. Para alegria de Ancelotti não o diapasão se manteve como o zagueiro Fabrício Bruno, que ele acaba de convocar, avançou aos 6 minutos com liberdade pelo campo atleticano e soltou um chutaço antes de chegar à área. A bola ainda teve o requinte de raspar quase na junção da trave com o travessão: golaço, aço, aço! A massa não desistiu de apoiar o Galo, em clássico de torcida única, mas a vida dos anfitriões que já estava dura ficou ainda mais. Se o Atlético caiu no conto do vigário ao contratar Bernard, a alegria nas pernas, parece ter repetido o erro com Dudu, nem sombra do que foi no Palmeiras, além de Hulk, finalmente, dar sinais de certa decadência, exceção feita às bolas paradas, nas quais segue mestre, arma nada desprezível. Leonardo Jardim, do outro lado, tenha motivos para estar feliz com o comportamento de seu time, corajoso, sério e tecnicamente refinado. Rony no lugar de Dudu e Reinier no de Scarpa, aos 16, a primeira troca justificável, a segunda nem tanto. Faltava o gol de Kaio Jorge e aos 19 não faltou mais. Escanteio da esquerda, Fabrício Bruno cumprimentou para o KJ e 2 a 0 no marcador. Ancelotti tinha mais um motivo para se alegrar, pois o goleador também está na lista dele. O Galo estava grogue e a Raposa leve e solta. A Raposa além de engolir o Galo na casa rival, fazia diferença que dava conforto para a volta no Mineirão azul. Matheus Henrique substituiu Wanderson para que o Cruzeiro cuidasse ainda mais da bola. Alan Franco e Cuello se foram e Igor Gomes e Biel chegaram, aos 27. Gabigol na rinha, aos 32, no lugar de KJ. Nos minutos finais o terceiro gol cruzeirense esteve mais próximo que o primeiro atleticano, pelo menos como ensaio. A Raposa adora passear no Terreirão do Galo. Em cinco jogos, venceu três e empatou uma. Está muito perto das semifinais da Copa do Brasil e sonha com o hepta da Copa do Brasil, maior campeão que é do torneio.