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O ano era 1992 e a redação da revista Placar inventou de escolher os dez maiores jogadores brasileiros da geração após o tri, no México. Não valia Pelé, hors-concours, mas era permitido votar em Tostão, Jairzinho, Gérson, Rivelino. Coube a este jovem repórter pedir os votos a Luis Fernando Veríssimo. Pediu uns dias e mandou a relação. Suas novidades eram a presença de Claudiomiro e a ausência de Zico. Computados os votos, Rivelino era a única unanimidade, porque Zico deixou de ser escolhido por um eleitor : Veríssimo. Claudiomiro teve apenas um voto. Claro... Toda genialidade será perdoada e Veríssimo desculpou-se e explicou seu voto num Bola da Vez, da ESPN, mais de dez anos depois. Esqueceu-se de Zico. Simples assim. Traído também pela paixão por seu clube de coração. Claudiomiro fez parte do período de formação do maior Inter de todos os tempos, campeão brasileiro pela primeira vez em 1975, apenas duas semanas após a morte do pai, Erico, torcedor do Cruzeiro, de Porto Alegre. Truque da memória de quem já tinha 39 anos quando assistiu ao gol iluminado, de Figueroa, Veríssimo disse naquele Bola da Vez que a equipe de sua vida era o Rolo Compressor: Ivo, Alfeu e Nena; Assis, Ávila e Abigail; Tesourinha, Ruy, Russinho, Villalba e Carlitos. Curiosa sua memória de 9 anos de idade, que se lembrava do time hexacampeão gaúcho em 1945, época em que vivia com a família nos Estados Unidos. Do time de 1975, só o agradecimento pela felicidade que lhe ofereceu e a reverência a craques do período, como Claudiomiro. O esquecimento de Zico, nem o Analista de Bagé explica.