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Depois de não conseguir se classificar para as duas últimas Copas e ver ameaçado seu status de uma das maiores potências do futebol internacional, a Itália está apelando a "tudo" para não perder também o Mundial-2026. Sua convocação para a rodada dupla das eliminatórias europeias deste mês inclui quatro opções de goleiro, um centroavante nascido na Argentina (e que começou a ser chamado quando ainda jogava por lá), vários reservas em seus clubes e até cinco jogadores que jamais vestiram a camisa da seleção. Até a comissão técnica responsável pela lista é uma tentativa emergencial. O ex-volante Gennaro Gattuso, tetracampeão da Copa-2006 como atleta, mas sem nenhum trabalho realmente expressivo como treinador, assumiu o comando da equipe em junho, depois que a Azzurra estreou no qualificatório levando um dolorido 3 a 0 da Noruega. Apesar de ter um titular bem definido da posição, Gianluigi Donnarumma, do Manchester City, que é, inclusive, o capitão da seleção, Gattuso tem insistido em sempre convocar quatro goleiros (um a mais do que o usual em outras equipes). Desta vez, também foram lembrados Guglielmo Vicario (Tottenham), Alex Meret (Napoli) e Marco Carnesecchi (Atalanta). Carnesecchi, aliás, é uma das várias novidades que o ex-volante tem inserido na equipe tetracampeã mundial. Além dele, o zagueiro Matteo Gabbia (Milan), o meia Hans Nicolussi Caviglia (Fiorentina) e os atacantes Nicolò Cambiaghi (Bologna) e Roberto Piccoli (Fiorentina) jamais jogaram pela seleção. E uma dessas novidades, Piccoli, sequer é titular no seu clube. Esse problema, aliás, não é uma exclusividade do centroavante. O zagueiro Diego Coppola, do Brighton, por exemplo, só participou de 16 minutos da Premier League inglesa na atual temporada. Mas Piccoli também deve ser reserva na seleção. Afinal, o principal homem de frente da seleção é Mateo Retegui, um centroavante nascido na Argentina, que foi convocado pela primeira vez quando ainda defendia o Tigre, da sua terra natal, e que hoje defende o Al-Quadisiya, da Arábia Saudita. Apesar dos "tiros dados para todos os lados", a Itália está novamente em situação incômoda nas eliminatórias e correndo risco de não ir para a Copa. A Azzurra ocupa a vice-liderança do Grupo I, o suficiente apenas para participar da repescagem prevista para março do próximo ano. Para não correr risco de ficar no Mundial, ela precisa ultrapassar a Noruega, que tem seis pontos e também um jogo a mais. Por isso, tropeços nesta Data Fifa (contra Estônia, fora de casa, e Israel, em Udine) estão proibidos. Também será necessário bater a Moldávia no primeiro compromisso de novembro para chegar viva ao confronto direto com os noruegueses, na última rodada, em Milão. A rodada dupla de compromissos das seleções neste mês pode definir até 19 novos participantes da Copa-2026. A Noruega, adversária de grupo da Itália, é um dos países que podem confirmar presença no Mundial já nesta Data Fifa (dependendo de resultados ruins da Azzurra). Inglaterra, França, Espanha, Portugal, Egito e Jamaica são alguns dos outros países que estão pela "boa" para carimbarem seus passaportes. Até o momento, 18 nações estão garantidas no torneio: as três anfitriões, Argentina, Brasil, Colômbia, Equador, Paraguai, Uruguai, Marrocos, Tunísia, Nova Zelândia, Austrália, Irã, Coreia do Sul e Japão, além das estreantes Uzbequistão e Jordânia. A próxima Copa será a primeira com participação de 48 equipes (16 a mais do que no formato que imperou entre França-1998 e Qatar-2022). Seu início está marcado para 11 de junho, na Cidade do México. E o MetLife Stadium, em Nova Jersey, receberá a decisão, no dia 19 de julho.