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Um Maracanã lotado, festivo, esperançoso e louco para vibrar novamente com a seleção brasileira. Dá para entender esse desejo de gostar novamente da seleção, de se sentir representado em campo, mas principalmente os torcedores estão querendo criar uma nova identificação com o time. Jogar contra o Chile era uma partida para se iniciar definitivamente todo esse processo de aproximação. O Brasil dominou o jogo por completo: foi praticamente ataque contra defesa, sem correr risco algum, mas ainda está bastante ansioso na hora de finalizar, o que é normal. Os jogadores querem acelerar tudo isso, e assim ainda estão falhando na finalização. Contudo, jogaram muito bem e fizeram o Maracanã sentir que a seleção brasileira voltou. O campeão ainda está voltando, mas a equipe retornou graças à chegada de um treinador vencedor, respeitado, com muito conhecimento e personalidade. Carlo Ancelotti colocou a casa em ordem, convocando quem está bem e em condições de jogar com a intensidade necessária que seus times sempre jogaram. O Brasil venceu por 3 a 0, apresentando um futebol leve com uma forte tendência ofensiva, deixando o Maracanã em grande festa. Gostei muito do Estêvão pela ousadia técnica de partir para cima de seu marcador o tempo todo. Outro que entrou e brilhou os olhos de todos foi o Luiz Henrique, que também é técnico, ousado e tem a força física como uma aliada fortíssima. Foram três jogadas coletivas lindas, técnicas, fora tantas outras que não terminaram em gols. Estêvão, Paquetá e Bruno Guimarães botaram a bola para dentro, mas todas essas jogadas foram criadas de uma forma que muitos jogadores participaram. Esse time ainda está em formação, por isso a personalidade coletiva está sendo construída. A cada convocação, a cada treino e a cada partida, essa personalidade vai crescendo e o time pegando corpo. Depois desse próximo jogo, que será em El Alto contra a Bolívia, finalmente terminarão essas eliminatórias e aí sim o processo para se montar o grupo para a Copa de 2026 se iniciará de verdade. Mas claro que esses últimos convocados saem na frente de todos os outros, e as possibilidades serão iguais desde que se mostrem em forma, como o treinador Carlo Ancelotti já deixou claro em suas últimas entrevistas. Sem esforço, ninguém será chamado; sem dedicação plena, nenhum jogador poderá usar a camisa da seleção brasileira numa Copa do Mundo. Acredito totalmente nesse trabalho, mesmo com uma minoria da imprensa e de torcedores anônimos nas redes sociais que torcem contra porque um jogador que eles querem não é convocado justamente porque não merece estar na seleção nesse momento. Mas o caminho está todo aberto para o futuro dessa nova seleção de Carlo Ancelotti.