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O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, terá um dia decisivo para o futuro de sua carreira nesta quinta-feira (4). O jogador será julgado em primeira instância, a partir das 9h, no Rio de Janeiro, pela 1ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por manipulação de resultados envolvendo apostas esportivas. Bruno Henrique é acusado pela Procuradoria do STJD de supostamente ter forçado um cartão amarelo para beneficiar apostadores, entre eles familiares e amigos próximos, na partida contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023. Em caso de condenação, o atacante rubro-negro poderá ficar um longo período longe dos gramados, uma vez que pode ser punido com até dois anos de suspensão, sendo 24 partidas de gancho e multa de até R$ 200 mil. A Procuradoria do STJD apresentou denúncia com base nas informações coletadas no inquérito 107/2025, que constatou que Bruno Henrique forçou o recebimento do cartão amarelo, uma vez que tal conduta havia sido previamente comunicada a seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, por meio de mensagens trocadas. Inicialmente, havia apenas suspeitas de que o comportamento do jogador estivesse ligado a movimentações atípicas nas plataformas de apostas. No entanto, com a conclusão do inquérito da Polícia Federal e o compartilhamento das provas com a Justiça Desportiva, a Procuradoria entendeu que há elementos suficientes para responsabilizá-lo. O camisa 27 do Flamengo foi enquadrado em diversos artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): art. 243, §1º; art. 243-A, parágrafo único; art. 184 e art. 191, III. Além do artigo 65, II, III e V do Regulamento Geral de Competições (RGC) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de 2023. Especialistas ouvidos pelo Lei em Campo explicam que a decisão desta quinta-feira . "A decisão não será definitiva, pelo contrário o que esgotará a discussão em âmbito nacional", conta o advogado desportivo Carlos Henrique Ramos. "Neste caso em questão Bruno Henrique será julgado pela 1ª Comissão Disciplinar, e, portanto, a decisão não será definitiva. Além disto, o atleta e a Procuradoria do STJD, se assim entenderem, poderão apresentar recurso ao Pleno do Tribunal", afirma Matheus Laupman, advogado especializado em direito desportivo. Segundo o advogado Carlos Henrique Ramos, da decisão do Pleno, o caso ainda pode ser levado à Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça. "Portanto, , acrescenta o especialista. Em abril deste ano, a Polícia Federal indiciou Bruno Henrique por fraude esportiva. O atacante do Flamengo foi denunciado no artigo 200 da Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023), que fala em "fraudar, por qualquer meio, ou contribuir para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado" e prevê pena de dois a seis anos de reclusão. A denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) foi aceita pela Justiça do Distrito Federal, e Bruno Henrique ainda será julgado na esfera comum. Além do jogador do Flamengo, também fazem parte da investigação: Wander Nunes Pinto Júnior (irmão do atleta), Ludymilla Araújo Lima (esposa de Wander), Poliana Ester Nunes Cardoso (prima do jogador), Andryl Sales Nascimento dos Reis, Claudinei Vitor Mosquete Bassan e Douglas Ribeiro Pina Barcelos (amigos de Wander, segundo as investigações). Ludymilla e Poliana ficaram fora da lista de denunciados do STJD. A investigação da PF foi iniciada em agosto de 2024. Em novembro, o jogador e outros suspeitos foram alvo de uma operação de busca e apreensão. Investigadores extraíram conversas do celular de Wander que embasaram o indiciamento dos suspeitos. Bruno Henrique teria informado a Wander que tomaria um cartão amarelo em jogo contra o Santos, disputado em Brasília, em novembro de 2023 - o jogador estava pendurado com dois cartões amarelos. Apostas feitas por Wander, a esposa dele, uma prima e amigos chamaram atenção de casas de apostas, que estranharam o volume de dinheiro no cartão amarelo do atacante. Assim que a denúncia da Procuradoria foi formalizada, a defesa de Bruno Henrique se manifestou oficialmente. .