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A CBF faz a egípcia em relação ao estado de muitos dos nossos campos de futebol. Jogos ruins - no masculino e no feminino - causados por buracos, areia, descuido, negligência. Seria hora de estabelecer um projeto que regulamentasse a qualidade. A CBF tem dinheiro para criar um fundo orientado a esse objetivo. Vale o sintético? Melhor o misto? Quais os critérios e como regulá-los? Onde estão os estudos sobre sintético x grama natural? Sintético realmente machuca mais? No fim de semana, tivemos a treta Ceni x Abel sobre a qualidade do campo em que seus times jogaram - a Fonte Nova, no caso. Ambos já foram críticos aos próprios gramados. Abel reclamou das cortiças no do Palmeiras; Ceni reclamou da Fonte Nova. Dessa vez, pediram a chance de se unir em uma voz só: precisamos de campos bons. A situação do feminino é, como se pode imaginar, ainda mais crítica. Como jogar com qualidade entre tufos de areia e buracos? Somos o país do futebol? Fomos, verdade. O país do futebol teria campos excelentes para a prática do esporte. E a empresa que organiza e zela pelo esporte estaria amplamente envolvida nesse objetivo. O Palmeiras perdeu Evangelista para a temporada por causa do estado do campo. Alguns dão os ombros. Mas amanhã será com o time deles. Falta sentimento social. Falta a capacidade de enxergar o futebol como coletividade. O "um contra o outro" deveria estar restrito ao jogo. A CBF é uma empresa muito saudável financeiramente. Sob o prisma da "gestão" é um caso de sucesso. Mas é sucesso ter bilhões investidos e gerenciar um futebol com arbitragem e campos sem qualidade? Para quem lucra com isso, a resposta é sim. São uns poucos. A maioria de nós, apenas padece mesmo. Samir Xaud assumiu prometendo mudanças. De imediato, vetou a camisa vermelha por gosto próprio. Seria um sucesso de venda. Uma camisa diretamente associada ao nome da árvore que deu nome a essa nação. Mas a histeria ideológica que enxerga vermelho apenas como cor de comunistas falou mais alto. Sem camisa vermelha, sem arbitragem, sem campo. O futebol que lute.