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Quando escrevia por aqui que Luis Zubeldía estava fazendo hora extra no Morumbis, muitos são-paulinos ficavam revoltados comigo. "Pô, quanto imediatismo... O cara precisa de tempo para trabalhar e render", argumentavam. E, honestamente, não estavam 100% equivocados. Afinal, após a demissão do argentino, havia o risco de a diretoria apostar em mais um nome para fazer apenas o "arroz com feijão". Mas, depois de tantos erros, a cartada da vez foi certeira: o retorno de Hernán Crespo. Lendário goleador argentino e já bastante identificado com o Clube da Fé, Crespo tem mostrado que é um técnico de mão cheia. Não dá para chamar de sorte o que o São Paulo vem fazendo desde o seu retorno. Em nove jogos pelo Brasileirão, são seis vitórias, dois empates e apenas uma derrota. Um aproveitamento de 85%, o melhor do campeonato no recorte pós-Copa do Mundo. Claro que é difícil imaginar esse ritmo sustentado por muito tempo, principalmente com a maratona de Libertadores pela frente. Mas também não dá para descartar o Tricolor da briga até mesmo pelo título. Com um segundo turno inteiro ainda pela frente, não seria surpresa se o time de Crespo logo desbancasse o Cruzeiro do top-3 e passasse a incomodar diretamente Palmeiras e Flamengo. A única ressalva fica para os torneios eliminatórios. Cair para o Athletico-PR na Copa do Brasil foi inaceitável, assim como sofrer tanto contra o modesto Atlético Nacional na Libertadores. Nos pontos corridos, porém, a consistência é evidente, e dá margem para o torcedor sonhar alto.