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Cuca foi demitido pelo Atlético-MG por estar fazendo um trabalho ruim, mas há quanto tempo ele não conseguia realizar um bom trabalho? A memória da imprensa esportiva muitas vezes é curta porque não vi ninguém destacar, por exemplo, que o último trabalho do Cuca havia sido o "abandono" de sua parte no Athletico-PR. Só para relembrar: saiu uma informação na imprensa de que ele iria se demitir para trabalhar no Cruzeiro, e isso pegou muito mal no ambiente atleticano, na torcida e na imprensa de Curitiba, que começou a comentar sobre isso. Não caiu bem essa história, e logo após um empate por 1 a 1 com o Corinthians na Arena da Baixada, ele pediu demissão no vestiário. O que vazou é que houve uma confusão no vestiário entre algumas lideranças do time e o Cuca. Não fazia sentido na época, uma vez que o Furacão estava na parte de cima da tabela, e com o rumor de que isso aconteceria, sua saída foi pelas portas dos fundos do clube. Criou-se uma revolta porque o Cuca havia se declarado torcedor do Athletico e disse que estava honrado em ser o treinador do seu time de infância. Depois disso, dirigentes revoltados afirmaram que ele nunca mais treinaria lá. Bom, obviamente o "plano" de ir para Belo Horizonte treinar a Raposa não deu certo, pois seria constrangedor caso ele realmente assumisse a equipe do Cruzeiro. Mas acabou indo para o Galo, onde foi campeão mineiro, vencendo o América-MG na final, mas convenhamos que não fez mais nada do que sua obrigação. Ao longo da temporada, o Atlético acumulou jogos e resultados muito ruins e algumas escolhas sem sentido do Cuca, como, por exemplo, pedir o Dudu, que estava sendo dispensado do Cruzeiro por mau futebol e péssimo comportamento nos vestiários. Ainda mais porque Dudu também pediu ao dono do clube, Pedro Lourenço, para demitir Leonardo Jardim por deixá-lo no banco. Mas a gota d'água foi o péssimo futebol apresentado pelo Dudu e a derrota contundente que sofreu na arena MRV, no meio da semana, para o rival Cruzeiro, por 2 a 0. Vou repetir um trecho que escrevi no meu texto após essa derrota: "Enfim, eu achei que o Atlético fosse se impor, mas, pelo jeito, o trabalho do técnico Cuca venceu a validade". Bom, dessa vez ele foi demitido, mas seu "modus operandi" é de largar os times na mão, como fez com vários, principalmente depois de um bom trabalho. O Cuca quer fazer uma história apenas de vencedor e de ótimos trabalhos, e quando vence, cai fora para não correr o risco de não repetir o mesmo ótimo trabalho que fez. Ele também larga quando sente que a situação começa a piorar; desta vez, o Galo agiu antes e o demitiu. Depois, os treinadores mais experientes ficam bravos quando jornalistas ou comentaristas afirmam que alguns deles estão ultrapassados. É preciso muito mais do que devoção religiosa; usar camisa de uma Santa não é garantia de ser um vencedor. Devoção religiosa é para todos; ou Deus ou a Santa só vai ajudar alguns e outros não? Vencer ou perder, ser campeão ou não, fazer um bom trabalho ou não, independem da sua religião. Toda profissão requer conhecimento, estudo e acompanhamento das mudanças que vão acontecendo. No futebol, isso significa planos táticos, métodos de trabalho, intensidade de jogo, ou seja, mostrar algo novo, o que não é o caso do Cuca e de muitos outros treinadores que não fazem trabalhos bons, mas continuam trabalhando em grandes clubes. O problema agora é o Galo encontrar o treinador certo para um trabalho a longo prazo e dar tempo para que ele dispense os jogadores que não quer no seu elenco e peça os que deseja trabalhar. Mas para isso, o novo treinador precisa ter respaldo para que se espere que seu trabalho comece a dar resultados. O Cuca nunca foi um treinador confiável por causa de sua personalidade, mas foi vencedor por muito tempo e até cogitado para a seleção brasileira. Só que a realidade é que ele nunca passou confiança aos clubes e nem aos jogadores, pois, depois de um tempo, todos temiam que ele pudesse largar a qualquer momento. Agora surgem alguns nomes como Jorge Sampaoli, Ramon Díaz e Pedro Caixinha como favoritos, mas também há Luís Zubeldía correndo por fora, que, para mim, seria o ideal para o Galo. O time está muito mal no Brasileirão, numa situação difícil na Copa do Brasil, e enfrentará o Bolívar nas quartas de final da Copa Sul-Americana. Dependendo do que acontecer, uma crise profunda pode surgir. As prioridades deveriam ser melhorar no Brasileirão para não correr o risco de rebaixamento, a Copa Sul-Americana, e fazer um grande jogo contra o Cruzeiro no Mineirão. Se conseguir reverter o resultado e se classificar na Copa do Brasil, será incrível, mas se for eliminado, não pode virar um drama. Uma eliminação para o Bolívar e continuar perto do Z4 pode, sim, implodir tudo.