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O dia do Flamengo teve gosto de novela e de tribunal: a curta e intensa passagem de Samuel Lino, desde a apresentação oficial em 1º de agosto até os altos e baixos que marcaram suas primeiras semanas no clube, dominou a cobertura e as conversas na Gávea. [ ] Em 30 de agosto veio a convocação para a seleção brasileira, após o corte de Matheus Cunha; o técnico Carlo Ancelotti chamou Samuel Lino, que ficou no banco contra o Chile, no Maracanã, e foi titular diante da Bolívia em El Alto, atuando 61 minutos. Esses capítulos mostram a oscilação entre brilho e cobrança que cerca o atleta. [ ] Há também o lado pesado da janela: contratado em julho junto ao Atlético de Madrid por cerca de 22 milhões de euros mais 3 milhões em bônus, Samuel Lino tornou-se a aquisição mais cara do clube — e, em campo, viveu o contraste de perder um pênalti que custou a eliminação na Copa do Brasil e sofrer protestos que se traduziram em vandalismo na sede da Gávea. Mesmo assim, após o jogo contra o Bahia, o técnico Filipe Luís manteve publicamente sua confiança no atacante. [ ] Paralelamente ao drama esportivo, o clube teve outro foco: a disputa em torno do contrato da Libra. Assinado na gestão de Rodolfo Landim, o acordo prevê repartição tripartite dos direitos (40% igualitário, 30% por performance e 30% por audiência), mas a ausência de definição dos pesos atribuídos a TV aberta, TV fechada e plataformas de streaming torna a parcela de audiência praticamente inexequível, segundo a interpretação técnica do Flamengo, o que motivou a judicialização da questão. [ ] Em suma: a torcida vive a contradição entre a esperança no talento que levou Samuel Lino à seleção e a preocupação com resultados imediatos; nos bastidores, a mesma torcida e a diretoria encaram a incerteza contábil e jurídica gerada pela cláusula de audiência da Libra. Dois dramas diferentes — um dentro das quatro linhas, outro nas cifras e contratos — que marcaram o dia do clube. [ ], [ ]