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O Mineirão se surpreendeu ao ver o desfalcado São Paulo dominante em quase todo primeiro tempo contra o completo Cruzeiro. Os mineiros pareciam desconcentrados a ponto de Cássio quase proporcionar um gol a Luciano ao ser desarmado na pequena área. Só a partir do 30° minuto o Cruzeiro deu uma certa equilibrada, ao criar três boas chances contra o arisco tricolor que o envolvia em constantes trocas de posição e passes envolventes que até causavam nervosismo exagerado nos cruzeirenses. O argentino Hernán Crespo ganhava do português Leonardo Pereira e Kaio Jorge passou 48 minutos sem chutar nem sequer uma vez à meta de Rafael, com duas boas defesas. Tanto é verdade que o São Paulo voltou no tempo regulamentar para o segundo tempo e o Cruzeiro demorou 18 minutos, com a novidade Gabigol no lugar de Kaio Jorge. Mais uma vez o Brasileirão era palco de bom jogo de futebol. E a etapa final começou com o tricolor no ataque. Começou e continuou diante de um Cruzeiro confuso, desorganizado, dominado até que, aos 10, Rafael fez outra enorme defesa em cabeceio de Matheus Pereira depois de cruzamento de William. A chance mineira estava exatamente nos pés, ou na cabeça, de seus talentos, capazes de ser decisivos. E foi Matheus Pereira, aos 18, quem, em cobrança de falta com desvio em Alan Franco na barreira, fez 1 a 0. Assim são o futebol e suas circunstâncias. Por pouco, aliás, por Rafael, em contra-ataque, o Cruzeiro não ampliou, aos 23, em chance perdida por Gabriel Barbosa, depois de lançamento primoroso de William. Curiosamente, embora o São Paulo tivesse jogado melhor até sofrer o gol, Rafael trabalhava muito mais que Cássio. Eduardo entrou, aos 28, e Wanderson, machucado, saiu. O Cruzeiro tomou conta e quase ampliou novamente aos 31, quando Rafael fez milagre em cabeçada de Kaiki e ainda pegou o rebote dos pés de Villalba. O placar seguia injusto. Porque o Cruzeiro já merecia o 2 a 0. São as circunstâncias do futebol. Aos 32, Luciano e Ferreira deram lugar a Tapia e Dinenno. Wendel e Henrique nos lugares de Patryck e Pablo Maia, aos 38. Os visitantes queimavam o que tinham e os anfitriões trocaram Matheus Pereira e Lucas Silva por Sinesterra e Kauã Prates, diante de quase 37 mil torcedores. Lucas Silva demorou a sair, recebeu o terceiro cartão e não irá à Bahia enfrentar o Bahia na próxima rodada. A justiça final do placar está em que Rafael foi o melhor em campo e Cássio fez apenas uma defesa difícil, aos 48, em cabeceio à queima-roupa de Dinenno. O São Paulo pressionou o que pôde no fim e deixou preso na garganta de seu torcedor o grito do gol de empate. Gabriel Barbosa completou 29 anos e não fez nada que pudesse comemorar em campo. Depois de oito jogos, o São Paulo perdeu.