O dia começou com números e resmungos: o São Paulo registrou uma redução da dívida líquida (de R$ 968 milhões para R$ 912 milhões) — uma melhora aparente que traz mais perguntas do que alívio, já que não foi publicado um balancete e parte do ajuste veio de vendas de atletas [fonte 1]. O clube informou ter vendido R$ 233 milhões em jogadores, anotou superávit de R$ 19,9 milhões e viu crescer em R$ 88,7 milhões as obrigações trabalhistas e direitos de imagem; ao mesmo tempo, o relatório do Fidic mostra estouro de R$ 91,2 milhões no orçamento do futebol — gastos de R$ 384,6 milhões contra um teto de R$ 293,3 milhões — e descreve o fundo que remunera com CDI + 5% como peça central dessa estrutura financeira [fonte 1].
Enquanto as planilhas pedem contenção, o time tenta reencontrar o jogo: pelo Campeonato Brasileiro, o São Paulo vai a Mirassol buscando voltar aos trilhos, lembrando a goleada por 4 a 1 no Paulista — com gols de Oscar, Calleri, Enzo Díaz e André Silva (Gabriel marcou para o Mirassol) — e uma escalação que hoje tem ausências importantes [fonte 2]. Quatro titulares daquela partida não estarão todos à disposição de Crespo: Enzo Díaz, Oscar e Calleri se recuperam de lesões, e Igor Vinícius já deixou o clube rumo ao Santos; somam-se à inquietação os sinais de queda do time desde a eliminação na Libertadores para a LDU — três derrotas após aquele jogo e apenas uma vitória entre os últimos sete compromissos — o que deixou o Tricolor em oitavo lugar, com 38 pontos, cinco atrás do Bahia, que fecha o G6 [fonte 2].
No limite entre contas e lesões, a lógica é dura: o São Paulo conseguiu reduzir o passivo vendendo atletas, mas, se não cortar o custo fixo do futebol — uma conta que deve se aproximar dos R$ 400 milhões no ano, ainda com 13º salário — a recuperação financeira e a busca por resultados em campo seguirão condicionadas a mais transferências e escolhas forçadas pela tesouraria [fonte 1, fonte 2].