Conteúdo Original
Já disse e repito que me recuso a analisar tecnicamente a atuação de times desacostumados a jogar na altitude. Quito, cidade da LDU, fica a 2.850m, não chega a ser La Paz ou Los Altos, mas ainda assim é uma espécie de doping. Até tomar o gol, aos 14 minutos, o São Paulo jogava melhor. Aí veio o gol, de Bryan Ramírez, e o time sentiu. Sentiu como se, já fisicamente inferiorizado, melhor seria evitar placar mais elástico, o que tornaria a classificação às semifinais muito complicada. Assim resistiu até o intervalo chegar, sem correr grandes riscos e sem assustar o adversário. Cédric se sentiu mal e foi trocado por Maílton. O segundo tempo, por motivos óbvios, deveria ser ainda mais difícil. Surpreendentemente, o São Paulo voltou mais bem distribuído e, aos 55, teve chance enorme com Luciano, neutralizada pelo goleiro Valle. Mais até que no primeiro tempo, o tricolor prevaleceu por 20 minutos. A LDU começou a parar o jogo na base de faltas, bem ao estilo tosco de Thiago Nunes, o treinador brasileiro do time equatoriano. Hernán Crespo mantinha o time mesmo quando o aconselhável seria renovar os pulmões quando a etapa final chegou à metade. A torcida equatoriana começou a protestar contra a participação medíocre de seu time quando, aos 70, Ferreirinha e Rodriguinho substituíram Rigoni e Bobadilla. Havia uma certa impressão de que o São Paulo poderia empatar. Mesmo, porém, a derrota por apenas um gol tinha remédio no Morumbi. Marcos Antônio arriscou de longe, aos 72, e quase empatou. Dois minutos depois foi a vez de Ferreirinha, ao invadir a área e só não empatar porque a zaga bloqueou. Mas o futebol é cruel. Aos 78, Estrada ampliou ao aproveitar vacilo de Pablo Maia na saída de jogo: 2 a 0. Se o 1 a 0 era derrota com gosto de vitória dada a superioridade do time brasileiro, 2 a 0 já complicava bastante a vida tricolor, embora não fosse impossível. Em nova jogada de Ferreinha, Luciano perdeu gol cara a cara com Valle, aos 87, ao chutar em cima do goleiro. Já nos acréscimos, vacilo de Arboleda permitiu a Estrada o gol definitivo, mas Rafael impediu. Marcos Antônio, Maílton e Ferreirinha se apresentaram muito bem. Como se sabe justiça e futebol não são sinônimos e o São Paulo mereceu melhor sorte.