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O Fortaleza colocou bastante gente no Castelão para a estreia de Martin Palermo. O treinador argentino deu uma nova-velha personalidade ao tricolor do Pici e ela ficou evidente logo de cara. Um time leve e que negocia bem os grandes espaços, como fazia o Fortaleza de Vojvoda nos bons tempos. Do lado de lá, um Vitória que ficava com a bola, trocava passes mas não era capaz de finalizar. O Fortaleza, paciente, recuava e esperava o momento de contra-atacar. O time da casa fez uma partida segura, como são seguros aqueles que sabem ter em mãos um plano de voo. A ideia de recuar, esperar o adversário e então sair rapidamente em transição foi muito usada por Vojvoda na construção de seu time vencedor. Com o tempo, o Laion foi perdendo essa característica até não se achar mais com um predicado e começar a patinar. Palermo, pelo visto, vai recuperar a estratégia. Contra o Vitória deu certo. Breno Lopes abriu o placar no primeiro tempo e, no segundo, o Fortaleza voltou a milhão. Fez mais um gol, um golaço de Bruno Pacheco, e se empolgou, o que deixou Palermo maluco à beira do campo. Calma, calma, ele pedia desesperado. Queria, me pareceu óbvio, que o time fizesse o recuo tático e seguisse os planos. A empolgação deu lugar à ponderação e o Laion voltou a jogar nos grandes espaços, deixando a bola com o Vitória e esperando o momento de morder. O jogo foi pegado, Edina Alves distribuiu fartos cartões amarelos. Muitas cenas daquelas rodinhas em volta da arbitragem, com meio time de cada lado exigindo, berrando, reivindicando e a juíza perdida no meio da bagunça. Uma chatice medonha que poderia ser facilmente evitada. Quando a bola rolava, o jogo ficava interessante. No final, Fortaleza de Martin Palermo 2, Vitória, 0. Os dois Leões, o do Pici e do da Barra, seguem na zona de rebaixamento. Vai ser ano para se manter na série A e nada mais. Se conseguirem o feito, os dois times terão muito a celebrar porque terá sido uma campanha de impressionante recuperação.