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Yannick Bolasie não é apenas um ponta veloz: é um personagem. Desde os tempos de Criciúma, quando surpreendeu com um giro dançante em campo, o congolês sempre cultivou o estilo "zoador". No Cruzeiro, essa faceta ganhou holofotes. Teve flexão no meio de um jogo contra o Bragantino, provocação aberta ao Galo após a eliminação na Copa do Brasil e outras pequenas gracinhas que viraram assunto para além do futebol. Mas até que ponto isso é válido? Em tempos de redes sociais e marketing instantâneo, gestos assim alimentam engajamento e aproximam torcedores, mas também carregam o risco de virar munição para os rivais. Há uma linha tênue entre o jogo mental que fortalece o próprio time e o marketing desnecessário, que pode parecer apenas autopromoção. Quando o rendimento em campo acompanha, a provocação soa divertida; se a fase muda, a cobrança vem em dobro. Bolasie representa bem essa dicotomia. Ele provoca, diverte e aproveita a boa fase do Cruzeiro. E o futebol, que vive de paixão, agradece. Mas a zoeira só se sustenta quando o futebol fala mais alto. Porque, no fim, é o desempenho que transforma gracinhas em folclore ou em alvo fácil. E cabe a ele, e ao Cruzeiro, decidir se essa personagem irreverente será combustível para títulos ou só mais um enredo passageiro na memória das arquibancadas.