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Com intervalos bem diferentes de um para o outro, mas Luiz Henrique e Douglas Santos viveram juntos um recomeço na seleção brasileira com Ancelotti. Em comum, eles têm o fato de jogarem juntos no Zenit, da Rússia, em um momento no qual o futebol local perdeu força e está, em termos de competições, isolado do resto do planeta por causa da guerra com a Ucrânia. Por estarem lá há muito tempo, como é o caso de Douglas Santos, ou terem se transferido recentemente, como Luiz Henrique, os jogadores do Zenit viram uma interrogação porque não disputam um torneio tão competitivo assim. Mas a dupla provou contra o Chile que pode, sim, estar no bolo na concorrência de vagas para a próxima Copa do Mundo. Douglas Santos fez ontem o segundo jogo pela seleção. E o intervalo entre eles foi de nove anos. O então jovem lateral ganhou a chance com Dunga e, depois, ainda viria a ser campeão olímpico na sub-23, na Rio-2016. Mas saiu completamente do radar da seleção. Voltou agora, com Ancelotti, aos 31 anos, em uma fase de indefinição para a posição e corte de Alex Sandro. O lateral participou da construção da jogada do primeiro gol e teve uma atuação equilibrada defensivamente. "A oportunidade sempre está aberta, né? Então, a gente encarou a oportunidade como única na nossa vida. Principalmente eu, depois de muitos anos sem poder ter uma oportunidade e ver que o mister está olhando pra gente lá, mesmo com o jogo não sendo transmitido... Mas acho que os números ele enxergou bem e pôde nos dar essa oportunidade pra gente desempenhar um bom papel hoje", disse o lateral-esquerdo da seleção, que deixou Caio Henrique no banco. Com Luiz Henrique, a história é mais recente. E foi até mais apoteótica. Campeão brasileiro e da Libertadores, ele tinha estreado pela seleção no ano passado, com Dorival. Fez dois gols, sendo um contra o próprio Chile, em Santiago, e mostrou capacidade de desequilibrar partidas. Mas a transferência para o Zenit gerou uma dúvida sobre a continuidade. Tanto que ele ficou fora da primeira lista de Ancelotti e até da anterior, de Dorival Júnior. Ganhou chance agora. Teve o nome gritado pelo Maracanã, entrou no segundo tempo e participou de dois dos três gols. "Feliz pela atuação de hoje, por ajudar o Brasil, espero que eu possa continuar assim no dia a dia, trabalhando nos treinos, nos jogos, para que a gente possa trazer o melhor para o Brasil e para o Carlos Ancelotti", disse Luiz Henrique. A atuação e a oportunidade para Luiz Henrique e Douglas Santos é bom sinal para outro jogador que foi convocado recentemente e desembarcou no Zenit na última janela: Gerson, ex-Flamengo. Douglas diz que o novo companheiro está feliz por lá. "Zenit é um grande clube e que recepciona muito bem os jogadores estrangeiros, né? Faz seis anos que eu estou lá e eles sempre, a cada ano, vão melhorando essa questão. Até estão aprendendo português pra receber bem os brasileiros, né? E com certeza o Gerson também foi bem recebido e está feliz, sim". Todos ficarão mais felizes se estiverem juntos na seleção na Copa.