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Foi um dia para quem gosta de drama: o Flamengo viveu a costura de um sofrimento e a festa do alívio, enquanto a imprensa e os bastidores não deram trégua. A classificação dramática contra o Estudiantes, decidida nos pênaltis após derrota por 1 a 0, virou manchete por onde se olha — do heroísmo torto de Rossi às críticas sobre postura e leitura tática que já ecoam para a semifinal contra o Racing [ ][ ]. Rossi foi o fio condutor dessa narrativa: da autocrítica pelo gol sofrido à redenção nas penalidades, quando defendeu duas cobranças e virou protagonista. Os números não mentem — o goleiro coleciona defesas de pênalti que justificaram sua contratação e sua reputação neste tipo de decisão [ ][ ]. Ao mesmo tempo, o próprio Rossi não escondeu a cobrança pessoal pela falha no lance do gol — e nessa ambivalência reside o tema do dia: herói e vilão num mesmo rosto [ ][ ]. Do outro lado do espelho, a turma dos arrufos técnicos e das broncas públicas só aumentou. Colunistas e comentaristas revisaram a atuação: houve quem a considerasse abaixo do necessário e quem ressaltasse que, apesar do jogo ruim em La Plata, a vaga é justíssima por tudo que foi construído no Maracanã [ ][ ]. Paulo Vinícius Coelho e Rodrigo Mattos bateram na tecla da falta de preparação para o estilo argentino e até chamaram atenção para uma postura que, por vezes, cheira a autoconfiança excessiva diante da Libertadores [ ][ ]. O elenco ouviu críticas diretas: Pedro entrou na mira por uma atuação considerada apática por alguns analistas, que reclamaram da falta de contundência em momentos decisivos [ ]. Arrascaeta, por sua vez, assumiu o tom coletivo — lembrou que títulos desta geração nasceram em noites parecidas e elogiou Rossi: “diferenciado” nas penalidades, segundo o meia [ ]. Filipe Luís, sempre com o olho no próximo dueto, não se deixou levar por triunfalismos: chamou a atenção para a intensidade e a competitividade dos times argentinos — lição aprendida desde a fase de grupos e já projetada para o duelo com o Racing [ ]. Ao menos lá fora houve reconhecimento: a imprensa espanhola enalteceu decisões do treinador no jogo de volta [ ]. Nem só de campo viveu o noticiário rubro‑negro. Nos bastidores, a briga pelo dinheiro da TV voltou a ganhar capítulos: o Flamengo obteve liminar que bloqueia repasses da Libra, um movimento que pode travar até R$ 230 milhões e que acendeu a ira de outros clubes do bloco [ ][ ]. Paralelamente, a ambição de um estádio próprio — o plano do “Gasômetro” — segue em estudo com metas de poupança que visam acumular cerca de R$ 1,5 bilhão para viabilizar a obra no longo prazo [ ]. Houve também um episódio desconfortável: a Conmebol abriu procedimento contra Bruno Henrique por um gesto obsceno direcionado a torcedores do Estudiantes, com possibilidade de suspensão e prazo para apresentação de defesa — assunto que alimentará o noticiário disciplinar nas próximas semanas [ ][ ]. Enquanto a poeira baixa, o elenco já se reapresentou e virou a chave para o Brasileirão: o compromisso é enfrentar o Corinthians no Maracanã, e Filipe Luís terá pouco tempo para ajustar consciência tática e intensidade física [ ]. Resumo do dia: emoção, crítica, bastidores e ambição. O Flamengo venceu a vaga, mas saiu da cancha com mais perguntas do que respostas — e com a certeza de que, nas semanas que vêm, cada detalhe será cobrado com a severidade que só a Libertadores consegue impor [ ][ ].