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Terminou neste domingo a edição de 2025 do Meeting Paralímpico Loterias Caixa, evento organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro que percorreu as 27 unidades federativas do Brasil entre abril e agosto de 2025. Durante o período, foram realizadas provas de sete modalidades, com recorde de 7.478 inscrições, um avanço de 16% em relação aos 6.437 de 2024. Voltado tanto para atletas de alto rendimento como também para esportistas em desenvolvimento, o Meeting Loterias Caixa 2025 proporcionou a realização de 2.028 classificações esportivas paralímpicas. Dessas, 1.685 foram de novos atletas, que ainda não haviam passado pelo processo, e 343 foram revisões de classificações anteriores. A etapa derradeira do Meeting aconteceu em São Paulo, de 15 a 17 de agosto, reunindo 1.117 atletas. Foram realizadas provas de seis modalidades no Centro de Treinamento Paralímpico (atletismo, bocha, natação, halterofilismo, tiro com arco e tênis de mesa). Além disso, a Escola de Educação Física da Polícia Militar recebeu disputas de tiro esportivo. Neste domingo, as provas de campo no CT proporcionaram o encontro entre a estreante Marina Tolão e a atleta que é sua principal inspiração no esporte paralímpico, a campeã do lançamento de disco dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e Paris 2024 Beth Gomes, da classe F53 (atletas que competem sentados). Marina é fisioterapeuta esportiva e foi goleira de handebol dos 14 aos 19 anos. Recebeu em 2023 o diagnóstico de esclerose múltipla, mesma doença que acometeu Beth nos anos 1990. "Quando vi a Beth ganhando o ouro em Paris eu pensei 'eu também posso ser uma atleta paralímpica'. Este ano, coloquei isso como uma das promessas de ano novo", contou a atleta, representante do clube Aspa e que treina no CT Paralímpico, por meio do Reabilitar, projeto que promove a inclusão de pessoas com deficiência no esporte a partir da parceria com instituições especializadas em reabilitação", disse Marina. "Foi um pouco assustador quando eu descobri estar em um corpo que está se degenerando por uma doença que não tem cura. Mas, depois que eu vi a Beth, que convive há 30 anos com a mesma condição, foi uma esperança. Se ela consegue ser uma campeã mesmo tendo sido diagnosticada em uma época em que havia muito menos medicamentos e tratamentos, eu também consigo", completou a atleta, que marcou 6,10m no arremesso de peso da classe F34 (lesões encefálicas). Beth Gomes afirmou ser gratificante servir de referência para novos atletas. "Eu me sinto muito feliz de poder inspirar pessoas com esclerose múltipla e também com outras patologias e deficiências a realizar seus sonhos. É muito bom saber que vou deixar um legado para os grandes campeões que virão", contou. A campeã paralímpica, também representante do Aspa, se prepara para o próximo Mundial da modalidade, que acontecerá em Nova Deli, de 27 de setembro a 5 de outubro, e usou o Meeting Paralímpico para aprimorar sua técnica em meio a treinamentos intensos para ganho de força. Ela marcou 16,86m no lançamento de disco e 7,55m no arremesso de peso. "Venho em uma preparação forte, por isso senti um pouquinho o braço. Mas deu para fazer uma boa prova. Estar aqui é uma preparação muito boa", disse. Durante este mês, a campanha "Agosto Laranja" busca levar informação e conscientização sobre a esclerose múltipla, condição que afeta Beth e Marina. Na natação, a potiguar Cecília Araújo, do clube Naurú, nadou os 100m livre (1min12s16) e os 50m livre (32s39) sob o olhar do novo técnico, Ricardo Watanabe, que começou a trabalhar com a atleta no começo do segundo semestre. "Tenho feito um bom início de prova, mas o finalzinho ainda está faltando. Mas entendo que estou num período de treino de força, então dá uma pesada na chegada. Quando entrar no treino mais específico, eu tenho certeza que esse finalzinho vai encaixar", comentou a atleta da classe S8 (limitações físico-motoras). A nadadora, que foi prata nos 50m livre nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, retorna ao ritmo mais intenso de treinos e competições após ter quebrado o pé esquerdo durante um treino na academia em março deste ano. A lesão interrompeu a escalada da atleta em busca de uma vaga para o Mundial de natação de Singapura, de 21 a 27 de setembro, mas ela já traçou novos horizontes: "Infelizmente eu não consegui me recuperar a tempo de conseguir fazer os índices para o Mundial deste ano. Agora o foco são as competições nacionais para que eu possa retornar aos bons resultados e também me manter entre as melhores, no topo, mesmo não indo para a principal competição internacional do ano." O CT Paralímpico recebe nos próximos dias 23 e 24 de agosto a Segunda Etapa Nacional do Circuito Paralímpico Loterias Caixa de Atletismo. Já em setembro, nos dias 5 e 6, acontece a Segunda Fase Nacional do Circuito Paralímpico Loterias Caixa de Natação.