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Ficou famosa na imprensa esportiva de São Paulo a nota dada ao centroavante argentino Artime, do Palmeiras entre 1969 e 1972, quando fez 57 jogos e 48 gols. Numa determinada partida em que fez os dois tentos da vitória alviverde, o extinto Jornal da Tarde deu-lhe nota 7 com a seguinte avaliação: "Pegou na bola duas vezes, fez dois gols, e mais nada". O que dizer da noite de Yuri Alberto, que sofreu o pênalti do 1 a 0, fez o 2 a 0 e passou a bola do 3 a 0? Se do centroavante se exige fazer gols, ele fez um e participou dos outros dois contra o Mirassol. Considerando-se que nota 10 só para o Rei Pelé, digamos que ele mereça 9, certo? Talvez. Porque Yuri errou muito mais que acertou em Itaquera e provavelmente seu maior acerto tenha sido o de não bater o pênalti que sofreu, embora a Fiel pedisse em coro que o fizesse. Porque o gol foi presente dado por Vitinho diante da liberdade concedida pela defesa e o passe para André, no 3 a 0, nasceu de erro dele mesmo na primeira tentativa, quando a bola bateu no zagueiro e voltou aos seus pés. O que Yuri errou de passes fáceis e o número de vezes em que foi desarmado sem dificuldade pela defesa mirassolense chegou a ser desolador. Mesmo assim, reconheçamos, Yuri acabou como dono da noite porque o futebol é o futebol, capaz de produzir fatos que a própria razão desconhece. Nota? OK, 9!