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Casemiro saiu do time titular da seleção brasileira com Fernando Diniz. Era Uruguai 2 x 0 Brasil, outubro de 2023. Começo da grande crise da seleção brasileira, que teve cinco treinadores entre dezembro de 2022, com Tite, a junho de 2025, com Ancelotti. Dorival Júnior convocou-o para seus dois prmeiros amistosos, contra Inglaterra e Espanha. Cortado por lesão, não voltou mais, antes de o novo treinador, seu velho conhecido, chega ao prédio da avenida Luís Carlos Prestes, na Barra da Tijuca. Casemiro não recuperou a braçadeira de capitão, que também variava de braço em braço, com Tite: É o capitão sem braçadeira. Até os líderes do elenco, como o capitão Marquinhos, reconhecem isso. Admiram. Não se trata de relação com o treinador, de ser o homem de confiança de Ancelotti. Trata-se de ser referência de um projeto de seleção que existia e foi cortado abruptamente em 2021, bem antes da queda nos pênaltis contra a Croácia. Casemiro era o principal líder de um grupo de expoentes da seleção que contava também com Alisson, Danilo e Marquinhos. Diziam claramente ao presidente da CBF, Rogério Caboclo, que não era correto o Brasil ser sede da Copa América de 2021, substituindo a Argentina, durante a pandemia. Caboclo estava doente e foi afastado meses depois por acusações de assédio. No meio do caminho, entrava no vestiário e surpreendia jogadores pela maneira como se apresentava. A maior crise da seleção brasileira nos últimos cinco anos não foi perder para a Argentina, por 4 x 1. Foi aquele período da quebra de confiança em tudo o que circundava o trabalho. Casemiro viu, debateu, brigou para melhorar, sofreu com a impotência de qualquer pessoa que tentasse se virar contra o que estava acontecendo. Sem querer, houve repercussão para a Copa de 2022. Caboclo saiu, entrou Ednaldo, que economizava em decisões técnicas e centralizava em questões estruturais. Ancelotti não convoca Casemiro nem o escala por agradecimento. Sabe que é um elo entre o que deu certo no passado recente, Copa América 2019, o último título, e o que precisa funcionar no futuro. Não é um jogador perfeito. Contra o Chile, fez falta dura e correu o risco de ser expulso. Na Copa de 2018, tomou cartões amarelos em excesso e ficou fora de jogo decisivo contra a Bélgica. Até Clodoaldo, um dos maiores camisas 5 da seleção, errou e entregou o gol para a Itália, na final da Copa do Mundo de 1970. Não se trata de perfeição, mas da liderança no tom certo, de conhecer o que funcionou e onde deu errado. Casemiro é a bússola de Carlo Ancelotti no início de sua experiência no Brasil.