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O São Paulo, superado o trauma da eliminação na Libertadores depois da excepcional vitória em Fortaleza, pisou no gramado do Morumbi para disputar uma decisão, com sua honra em jogo, há tanto tempo não vencia o Choque-Rei em casa pelo Brasileirão. O Palmeiras, apesar de brigar pela liderança do campeonato, entrou em campo para disputar mais um clássico. Não deu certo em primeiro tempo vencido pela vontade tricolor por 2 a 0, pena que seu torcedor não tenha acreditado tanto quanto o time, porque o Morumbi estava longe de estar lotado. Nos dois primeiros minutos as iniciativas foram dos anfitriões. Os visitantes tomaram conta em seguida, Piquerez acertou belo chute que Rafael mandou a escanteio e, aos 15 minutos, o precioso Marcos Antônio fez lançamento primoroso para Luciano sair na cara de Weverton, driblá-lo e tocar para a rede com nojo: 1 a 0. Por mais que os alviverdes procurassem reagir se impondo tecnicamente, esbarravam na competitividade dos tricolores, que disputavam cada centímetro do gramado. E o segundo gol, de Tapia, aos 34, foi prova disso. Enzo Dias ganhou na marra a dividida com Vitor Roque e cruzou rasteiro para o chileno ampliar. No fim, Rafael apareceu de novo, para evitar o 1 a 2 dos pés de Vitor Roque. A arbitragem não interferia no placar, apenas por duas vezes deu mole, ao não marcar faltas claras, até violentas, de Arboleda em Vitor Roque e de Gustavo Gomez em Tapia. O Palmeiras teria de se superar no segundo tempo. O São Paulo teria de se segurar? Fuchs, Allan e Maurício vieram para a etapa final e Murilo, Giay e Veiga ficaram no vestiário. O Palmeiras voltou feroz, empurrou o São Paulo para trás e logo Hernán Crespo chamou Alisson para o lugar do amarelado Bobadilla, aos 5. No minuto seguinte o tricolor desperdiçou contra-ataque para liquidar o clássico, mas o VAR desconsiderou que Allan atropelou Tapia na área em pênalti não assinalado, sem verificação do assoprador. Vá entender! O Choque-Rei virou guerra e Andreas Pereira deveria ser expulso ao pegar Marcos Antônio. Os donos da casa não se intimidaram e guerreavam de igual para igual em busca do terceiro gol. Cada dividida deixava marcas nos litigantes. Rodriguinho no lugar de Marcos Antônio, por motivos físicos, e Sosa e Jefté nos lugares de Felipe Anderson e Piquerez, aos 20. Um gol palmeirense exigiria a presença do Corpo de Bombeiros no estádio. Um são-paulino apagaria o princípio de incêndio. E, aos 24, em jogada de pé em pé desde a saída da defesa pela defesa, Maurício cruzou na cabeça de Vitor Roque para acabar de incendiar o fabuloso Choque-Rei. Não demorou, Rodriguinho errou passe fácil, Maurício se aproveitou e deu para Flaco López empatar, com arremate no canto, para derreter a atuação tricolor. Flaco Roque em ação! O Morumbi emudeceu na arquibancada e o pau quebrou no gramado, sem mortos nem feridos, apenas cartões amarelos para Enzo Diaz e Vitor Roque. Aos 37, Lucas Moura no lugar de Tapia. Andreas Pereira quase fez gol olímpico e, no rebote de Rafael, Sabino salvou a virada na linha fatal. Sim, era o Palmeiras quem estava mais perto do terceiro gol no Morumbi chocado com a reação do rival, apenas 33 mil torcedores. Aos 43, a dose final de água gelada. Aníbal Moreno lançou e Sosa fez a virada para 3 a 2. Sensacional! Aos 50, por pouco, Luciano não empatou e, aos 52, Lucas Moura bateu falta da entrada da área na alturas. O Morumbi virou velório, o São Paulo morreu no segundo tempo e o Palmeiras virou líder, pelo menos até que acabe o jogo entre Bahia e Flamengo, logo mais às 18h30. O São Paulo reclamará, com razão, do pênalti não assinalado. O Palmeiras comemorou como se fosse campeão. Será?