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Flamengo e Vasco fizeram um jogaço de bola. Maracanã lotado (geral, uma saudade), times querendo a vitória a todo custo, competitividade máxima, torcidas em transe. Futebol é isso. Em campo, dois rivais históricos em momentos muito diferentes de suas vidas: o Flamengo poderosíssimo e o Vasco lidando com o sucateamento de gestões negligentes, para dizer o mínimo. A diferença entre eles no Brasileirão é de mais de 20 pontos. Mas, para um turista que caísse ali sem saber nada do nosso futebol, as coisas poderiam parecer mais equilibradas. O Vasco fez das vísceras, coração e se impôs a um dos mais poderosos Flamengos de todos os tempos. O Flamengo abriu o placar e, regido pela massa, ameaçou golear. Mas o Vasco se recompôs e empatou numa cabeçada absurda do garoto Rayan, que subiu como um pássaro, encarnando Dadá Maravilha, e testou para as redes. O lance em câmera lenta é ainda mais impressionante. A bola sai dos pés de Philippe Coutinho, que cobrou o escanteio, e cruza toda a área. Rayan vai subindo sem tirar o olho da bola nem por meio segundo. Bem marcado, ele segue seu impulso e para no ar, quando sua cabeça se encontra com a bola. Arte. E o garoto sai correndo e batendo no escudo com expressão de quem está em transe. O Flamengo, em campo com um time alternativo, se desconcentrou. O Vasco fez que ia virar e só não virou porque Rossi estava ligado. No segundo tempo, Filipe Luis foi colocando os titulares que faltaram: entraram Arrascaeta, Lino, Pedro. O Flamengo melhorou, mas o Vasco seguiu com sua valentia e coragem: se defendeu bem e contra-atacou com perigo. Final de jogo eletrizante. Lá e cá. Torcidas em pé. Corações explodindo dentro do peito. O Vasco, eternizado no improvável e espetacular voo de Rayan, foi mais Vasco do que nunca.