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Para a maioria dos torcedores, o sonho de assistir à seleção brasileira em uma Copa do Mundo exige um planejamento financeiro de longo prazo. Contudo, para a edição de 2026, que será sediada nos Estados Unidos, México e Canadá, nem quem está com os bolsos mais cheios está conseguindo acompanhar a combinação de sorteio com poucos contemplados e . A primeira barreira é a da sorte. Diferentemente de anos anteriores, em que grupos de amigos e torcedores organizados programavam a compra conjunta logo no início das vendas, o pré-cadastro no site de ingressos não é garantia da aquisição antecipada. A reportagem do conversou com torcedores que, apesar de terem o cadastro, não sabem ainda qual o status da solicitação. As vendas por sorteio começaram no dia 1º de outubro e tem prazo indeterminado para acabar. A experiência de Marcelo Cabrera, membro do Movimento Verde Amarelo (MVA) e veterano de grandes eventos esportivos, aponta para o cenário de escassez. A conquista do direito de compra foi apenas o início de outra maratona. A plataforma de vendas testou a paciência com uma fila de espera instável. "Comecei a ficar na fila, foi bem rápido a princípio, só que quando fiquei a dois minutos [da compra], voltou para 25 minutos, e aconteceu isso mais duas vezes. De 20 minutos antes do meio-dia, eu fui conseguir entrar depois das 13h30", contou Marcelo. Ao finalmente acessar o portal, o susto veio com os valores. A Fifa implementou um sistema de preços dinâmicos nas partidas dos EUA e Canadá, que flutuam conforme a demanda. A justificativa é evitar estádios vazios, como os da Copa do Mundo de Clubes, mas, na prática, a estratégia inflacionou os bilhetes mais procurados. . O apurou que, nas próximas fases de vendas, haverá uma cota de ingressos para cada país a preço fixo. Marcelo conseguiu garantir um pacote para seguir os três jogos do Brasil na primeira fase, além de uma semifinal, mas a soma evidencia o peso da nova política de preços. "Juntando a semi e esses três jogos do Brasil, já ficou em quase R$ 6 mil. Então, fica meio inviável você adquirir mais ingressos", ponderou. O impacto financeiro é direto e já começa a causar uma mudança de planos entre os amigos de Marcelo. O que antes era uma imersão de semanas no país-sede do Mundial, agora se resume a uma passagem mais curta e pragmática — ou até em desistência. Procurada, a Fifa reforçou que não tem fins lucrativos e que toda receita gerada pelo Mundial é reinvestida no desenvolvimento do futebol.