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A Copa do Mundo de 2026 tem início marcado para 11 de junho. Mas a Copa de Carlo Ancelotti começa nesta semana, com a preparação para os amistosos contra Coreia do Sul, na sexta-feira (10), e Japão (14). As partidas na Ásia são o início de uma volta ao mundo — se não no sentido literal, pelo menos numa definição futebolística. De agora até maio, a seleção vai passear pelo planeta bola, enfrentando diferentes escolas, para dar a Ancelotti todas as informações possíveis sobre eventuais estilos de adversários. E também, é claro, sobre os jogadores. A lista final, com 26 nomes, será divulgada em maio. O roteiro da volta ao mundo já começou a ser desenhado: depois da turnê asiática, a equipe enfrentará dois africanos (muito possivelmente, Senegal e Tunísia) em Londres e Paris, em novembro. Na primeira Data Fifa do ano da Copa, em março, será a vez de medir forças contra duas seleções europeias. Os amistosos são o primeiro contato de Ancelotti com um contexto mais global: adversários de outro continente, viagem longa, fuso horário e um ambiente muito distinto do que ele viu até agora, jogando apenas na América do Sul. O treinador italiano assumiu a seleção brasileira em maio deste ano, às vésperas de uma convocação para os duelos contra Equador e Paraguai, pelas Eliminatórias. A lista foi feita a muitas mãos, com alguns pitacos do treinador e um objetivo: somar pontos para colocar a seleção brasileira na Copa. Com o objetivo atingido, veio a segunda Data Fifa, em setembro, e o clima era mais de fim de feira das Eliminatórias do que de início de um caminho para a Copa. Os rivais não ajudaram: o pior Chile dos últimos tempos, já sem chances de ir ao Mundial, e a Bolívia, jogando a 4 mil metros de altitude. Passada a etapa de cumprir a tabela das Eliminatórias, a dinâmica agora é outra. Embora não valham três pontos em nenhuma classificação, os amistosos são a chance de testar jogadores, esquemas táticos e estratégias de jogo com rivais que estarão no Mundial. Pensando em médio prazo, enfrentar equipes de três continentes também prepara o time para a variedade de estilos e rivais que podem aparecer, principalmente, na fase de grupos. Ancelotti já afirmou que tem uma base de jogadores construída — algo em torno de 15 atletas — para disputar a Copa do Mundo. Os demais terão de mostrar nos treinos e jogos que merecem uma vaga. Ao o técnico disse que tem uma lista de 70 nomes que têm chances de ir ao Mundial. O italiano admite que há jogadores que ele ainda precisa conhecer pessoalmente, casos de André e João Gomes, do Wolverhampton, ambos chamados para os amistosos na Ásia. Os primeiros duelos da "volta ao mundo" darão chances a jogadores pouco aproveitados recentemente, devido a um alto número de lesões. As ausências começam pelo gol: Alisson nem foi convocado, e Ederson, que seria titular em um dos jogos, acabou cortado por lesão. Hugo Souza, do Corinthians, e Bento, do Al-Nassr, devem disputar a posição. John, ex-Botafogo e hoje no Nottingham Forest, foi chamado de última hora. Nas laterais, os dois convocados para o lado direito — Vanderson e Wesley — foram cortados. Vitinho, do Botafogo, e Paulo Henrique, do Vasco, foram chamados. A defesa não terá nomes como Marquinhos e Alexsandro Ribeiro, também com problemas físicos. Os dois foram titulares na vitória sobre o Paraguai, que garantiu matematicamente a vaga do Brasil na Copa. A lista de jogadores lesionados tem ainda o zagueiro Bremer, da Juventus, e os volantes Andrey Santos e Gerson, que também estão fora de combate. Neymar, que sempre tem o nome citado quando o assunto envolve seleção, é outro que está machucado. A Copa do Mundo é conhecida por ser um torneio de "tiro curto", em que há pouco tempo para fazer ajustes e recalcular rotas. Em 2026, o torneio será um pouco mais longo: o vencedor terá disputado oito jogos em cinco semanas. Para Ancelotti, que pegou o bonde do "rumo ao hexa" andando a pouco mais de um ano da estreia, não há outra saída: a Copa do Mundo precisa começar nesta semana.