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O técnico Carlo Ancelotti colocará à prova diante da Bolívia não só os conceitos táticos que deseja implantar para a seleção brasileira, mas também os conselhos que colheu nas últimas semanas a respeito da altitude. O jogo em El Alto será em um estádio localizado a cerca de 4.100m acima do nível do mar. Ancelotti — e a seleção — nunca estiveram tão alto. Por isso, eles conversou com treinadores que estiveram na altitude, além de contar com as indicações do departamento médico para projetar o comportamento dos jogadores em um ambiente de ar tão rarefeito. Os conselhos se tornaram até familiares, porque ele falou com o filho, Davide Ancelotti, a respeito. O técnico do Botafogo foi a Quito e voltou de lá com a eliminação da Libertadores. A capital equatoriana não é tão alta quanto a sede da seleção boliviana — fica a 2.800m. Mesmo assim, já é possível ter de alguém confiável alguma impressão sobre os jogos lá. Outro com quem Ancelotti trocou ideia foi Taffarel. O preparador de goleiros da seleção tem um episódio negativo para chamar de seu em solo boliviano, pois tomou um frango em 1993, na primeira derrota do Brasil nas Eliminatórias: 2 a 0, justamente para a Bolívia. Na Granja Comary, durante esta semana, Taffarel falou, por exemplo, sobre a diferença de velocidade da bola na altitude. E olha que a experiência foi em La Paz, 500m mais baixa que El Alto. Ancelotti ainda falou com mais outros treinadores que tiveram experiência na altitude. O treinador já pisou nas alturas em 1993, quando foi observador da Copa América no Equador. À época, era um dos assistentes da seleção italiana. Mas nunca teve a tarefa de comandar um time lá. Quando convocou a seleção, o técnico da seleção deixou claro que adaptaria sua estratégia de jogo para a circunstância. Antes do duelo contra o Chile, Ancelotti ressaltou que o plano que treinara naqueles dias era especificamente para o duelo no Maracanã. Psicologicamente, o discurso na seleção é deixar a altitude de lado. "Não temos que pensar em altitude e, sim, que vestimos a camisa da seleção brasileira, para fazer um grande jogo e sairmos vitoriosos. Sabemos das dificuldades, mas temos também que saber o que precisamos fazer dentro de campo e estamos preparados para isso", disse o zagueiro Gabriel Magalhães. Em termos de logística, a seleção chegará à cidade da partida poucas horas antes do horário do jogo — por força de regulamento. A delegação passará a noite da véspera em Santa Cruz de la Sierra, que fica ao nível do mar. A bola rola para Brasil x Bolívia às 20h30 (de Brasília), pela última rodada das Eliminatórias.