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Análise dos Times

Mirassol

Principal

Motivo: O artigo exalta a trajetória, a gestão e a filosofia do clube, apresentando-o como um modelo de sucesso e inspiração para o futebol nacional.

Viés da Menção (Score: 0.9)

Motivo: O Botafogo é mencionado apenas como o adversário no jogo em que o Mirassol demonstrou resiliência, sem julgamento de valor sobre sua performance.

Viés da Menção (Score: 0.0)

Motivo: O Palmeiras é citado brevemente para contrastar a sorte em um jogo de 2023, sem um viés forte, mas sugerindo que o Mirassol merecia a virada.

Viés da Menção (Score: 0.1)

Motivo: O São Paulo é usado como exemplo de desculpa para o mau desempenho, contrastando com a organização do Mirassol, indicando um leve viés negativo.

Viés da Menção (Score: -0.2)

Motivo: O Corinthians é usado como exemplo de desculpa para o mau desempenho, contrastando com a organização do Mirassol, indicando um leve viés negativo.

Viés da Menção (Score: -0.2)

Motivo: O Fluminense é usado como exemplo de desculpa para o mau desempenho, contrastando com a organização do Mirassol, indicando um leve viés negativo.

Viés da Menção (Score: -0.2)

Palavras-Chave

Entidades Principais

palmeiras sao paulo fluminense corinthians botafogo mirassol fortaleza chico da costa rafael guanaes luiz araujo junior antunes

Conteúdo Original

Não sabemos quem ficará com as taças que ainda faltam, mas já temos o dono da história de 2025: o time da cidade de Mirassol. A cidade paulista de Mirassol, de 60 mil habitantes, fica a 464 quilômetros da capital do estado e, há alguns anos, decidiu investir pra valer no time de camisa amarela - uma jornada de amor e de respeito que deveria servir de lição para todo o futebol nacional. Vamos ao começo da construção desse sucesso que o Brasil está testemunhando. Em 2018, o São Paulo vendeu Luiz Araújo para a França, e o Mirassol, que havia revelado o jogador, embolsou um dinheiro com o qual não contava. O dinheiro foi usado na construção de um moderno Centro de Treinamento. A partir daí, o trabalho se profissionalizou, e tanto a base quanto o time principal foram diretamente afetados. Um resumo do espetáculo: em 2020, o Mirassol disputava a série D do Brasileiro. Em 2022, já na série C, conquistou o acesso para a B com o título. Tentou pular para a série A já no primeiro ano, mas acabou em sexto e se manteve na B. No ano seguinte, em 2024, chegou finalmente à elite. Uma história cheia de suor e de beleza cujo protagonista é um time que se orgulha da cavalgada e, assim como o Fortaleza, respeita o caminho. Mas então chegamos a 2025. Vem o Mirassol com o discurso de que o objetivo é se manter na série A. Nós, ingênuos, acreditamos. Só que o Mirassol queria mais. Um time que investe em si mesmo de forma consistente desde 2018 (embora exista há 95 anos) e que sabe perfeitamente que trabalho, respeito e honestidade garantem resultados - ainda que não possamos garantir quando. O Mirassol é, na 22º segunda rodada, o quarto colocado do Brasileirão. Não apenas isso: tem se apresentado em partidas absurdamente bem jogadas e lutadas. A mais impressionante delas foi a disputada contra o Botafogo no Nilton Santos nesse 17 de setembro. O Mirassol perdeu o primeiro tempo por 3 x 0. Parecia uma noite feliz para o Fogão e infeliz para o visitante: viria uma goleada? O time desceu para o vestiário e, nas palavras de Chico da Costa depois da partida: "sabíamos que nada do que estava acontecendo era o fim do mundo". Voltar e lutar. Apenas isso. O resultado não estava dado, mas a disposição no segundo tempo precisaria mudar. O Mirassol veio diferente mesmo e marcou logo na saída de bola. Fez o segundo, empatou e só não virou porque faltou aquela sorte final - uma sorte que ao Palmeiras em 2023 não faltou. Um empate heroico e formador de personalidade. Um time que cresce a cada jogo e que emociona todos os que estiverem atentos ao que ele vem fazendo. Quando falarem que o Corinthians tropeça porque não tem elenco, ou que o São Paulo pode não chegar por causa do elenco, ou que o Fluminense patati-patatá porque, afinal, faltou elenco pensem no Mirassol e entendem como essas desculpas são vazias. Não há jogador ruim na série A do Brasileirão. Pode haver jogador em má fase, mal treinado, deprimido, com problemas pessoais. Mas grossos não existem, embora o folclore nos mande encontrá-los. Um time bem treinado, bem preparado, bem organizado, respeitado por seus dirigentes e unido pode praticamente tudo. Por trás desse sucesso, um homem que não gosta de aparecer: Junior Antunes, dono de uma rede de supermercados na cidade, apaixonado pelo time e dedicado a pensar modelos para fazer a estrutura crescer com segurança. Se o Mirassol tem uma cara, é a de Juninho - como é conhecido. Quando disserem que falta dinheiro para o time A ou B ser mais competitivo, pensem no Mirassol. Quando tentarem convencê-los de que um clube precisa virar SAF para não morrer, pensem no Mirassol. Uma instituição que preza pela circulação de afetos que é capaz de gerar entre seus cidadãos, que reinveste o dinheiro em si mesma, que constrói. Liderado por Rafael Guanaes, um jovem treinador que ainda não conquistou títulos de expressão nacional, o Mirassol joga com coragem e organização. Não teme os mais ricos, os mais badalados, os mais populares. Sabe que construir é no passinho e que, inevitavelmente, haverá tropeços. A história do Mirassol deveria ser compreendida pelo que ela é: o desbloqueio da imaginação, a revelação de novos horizontes para as mentes fixadas em enxergar o futebol apenas como negócio e em pregar que clubes sejam vendidos a um empresário. O Mirassol joga a luz onde a luz estava em falta.