Conteúdo Original
Arrasador. Não há outra palavra para definir o Fluminense contra o Lanús desde o pontapé inicial. Dez finalizações contra zero resumiu o primeiro tempo que deveria ter terminado com três gols de vantagem dos tricolores sobre os argentinos. Como tem acontecido no futebol brasileiro, porém, a vantagem era mínima, apenas 1 a 0, golaço de Canobbio, de voleio, aos 20 minutos. Pouca eficácia para um montão de chances de gol, duas delas por Everaldo. Para resolver tal deficiência, Cano veio do banco no lugar de Everaldo e Otávio no de Hércules para o segundo tempo que demorou a começar. O pau quebrou na arquibancada no intervalo, gás lacrimogêneo não faltou para cima dos argentinos e o começo do segundo tempo demorou 35 minutos. A briga não envolveu torcedores do Flu, só os do Lanús com a PM. Jogadores do Lanús intervieram do gramado, preocupados com o que acontecia porque havia familiares deles entre os torcedores. As velhas cenas lamentáveis do futebol sul-americano. A vantagem pequena levava a decisão da vaga nas semifinais da Copa Sul-Americana à marca do pênalti. Os argentinos começaram a etapa final catimbando como sói acontecer. No gramado do Maracanã a língua majoritária era o espanhol, dos 11 argentinos, do trio da arbitragem e de cinco tricolores: Freytes, Canobbio, Acosta, Serna e Cano. Espanhol 19, Português 6, 16 a 6 se tirar o trio de arbitragem. Aos 53, Acosta faria o 2 a 0 não fosse grande defesa de Losada. Em dez minutos o Fluminense reclamou de dois pênaltis inexistentes. O 2 a 0 se desenhava a olhos vistos, mas ficava no desenho. Como quem só desenha não colore, em contra-ataque, e belíssima tabelinha com Marcelino, Aquino empatou, aos 66. O Lanús não havia chutado nenhuma bola no gol brasileiro. O capitão Thiago Silva via escapar pelos dedos a última chance de ser campeão em seu retorno às Laranjeiras. Keno e Kennedy em campo, Acosta e Serna fora. Canobbio deu lugar ao garoto Riquelme. O Fluminense perdeu-se e o Lanús, que nem precisava, passou a ficar mais perto do segundo gol e se não fosse por defesa de Fábio, aos 33, Marcich teria virado. A torcida apelava a João de Deus, mas ele parecia de folga e não atendia mais de 43 mil torcedores, ou um pouco menos, porque havia os do Lanús. Como virou praxe, seis minutos de acréscimos foram dados, mas não aproveitados pelos jogadores do Flu que restaram eliminados e vaiados, também porque Cano cabeceou na trave aos 95. O Flu de Copas acabou. Ficou entre os quatro na Copa do Mundo e não repetiu nem isso na Sul-Americana, a segunda divisão continental. De arrasador a arrasado em 45 minutos, também porque Renato Gaúcho errou nas substituições, exceção feita a de Everaldo por Cano. A torcida argentina que chorou por causa do gás, agora chora de alegria.